Política

Roberto Góes relata tensão vivida em Istambul durante tentativa de golpes

Deputados do Amapá ficaram mais de 24 horas sitiados no aeroporto juntamente com mais de 10 mil pessoas de várias nacionalidades


O deputado federal Roberto Góes (PDT) relatou na manhã desta segunda-feira, 18, por telefone, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) a tensão que viveu, juntamente com o deputado federal Cabuçu Borges (PMDB) na maior cidade da Turquia, por ocasião da tentativa de deflagração de um golpe militar no país. De acordo com Roberto Góes, mais de 10 mil pessoas ficaram sitiadas em meio a bombas e tentativas de invasão do aeroporto, tanto por civis como de militares.

“Eu e o deputado Cabuçu havíamos acabado de chegar a Istambul, juntamente com outros dois deputados da Comissão de Esportes da Câmara, onde participaríamos da abertura dos Jogos Olímpicos Estudantis, acompanhando a delegação brasileira constituída de 2.500 pessoas, entre monitores, professores e alunos entre 13 e 16 anos. Um grupo de parlamentares chegou mais cedo e foi pro hotel; eu e o deputado Cabuçu chegamos um pouco mais tarde, por volta das 10 horas da noite de sexta-feira, exatamente na hora que iniciou o episodio; nosso avião foi o ultimo a pousar em Istambul, porque e, seguida o espaço aéreo foi fechado; ficamos dentro do aeroporto sem poder sair porque o exército queria entrar; num pânico generalizando dos passageiros e das pessoas que estavam esperando; era muita gente, mais de 10 mil pessoas; eu só tinha visto essa cena em filme, muitos helicópteros sobrevoando o aeroporto; todos nós estávamos realmente com medo de um atentado no aeroporto”, detalhou.

O parlamentar amapaense descreveu o momento da invasão do aeroporto em meio a um fogo cruzado de tiros: “Era tiros de todos os lados, com a população querendo invadir o aeroporto, o que conseguiram durante a madrugada; aí o medo aumentou, porque tínhamos medo de um atentado, com alguém entrando com bombas no lugar; subíamos e descíamos as escadarias numa correria que parecia que não chegaria ao fim; isso durou até 8 horas da manhã de sábado, mais de meia noite no Brasil, quando a tropa se entregou”.
Para o deputado, o governo turco priorizou a saída de americanos do país, para evitar problemas diplomáticos: “No sábado, antes da gente viajar de volta para o Brasil, com o aeroporto já liberado a confusão era tremenda, porque os únicos vôos autorizados tinham como destino os Estados Unidos; com certeza foi uma decisão política por causa das conseqüências de pronta resposta a qualquer atentado contra americanos; o nosso vôo foi o ultimo, tanto que após isso nenhum outro vôo saiu de Istambul; graças a Deus chegamos bem no Brasil, mas passamos por momentos muito difíceis lá; uma verdadeira guerra, tanto que agora já se fala em guerra civil, como está acontecendo na Síria; lá eles não têm medo de morrer, não, eles partem pra cima de todo mundo, do exército, sem qualquer receio dos tanques e fuzis”, finalizou Roberto Góes.
Áudio da entrevista


Deixe seu comentário


Publicidade