Sônia Guajajara diz que tenente do Exército Silvia Waiãpi não fala em nome dos povos indígenas no governo Bolsonaro
A BBC News Brasil fez contato com Silvia Waiãpi por meio de sua página oficial no Facebook, mas ela disse que não poderia conceder entrevista sem autorização do Exército.
A coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e candidata à vice-presidente pelo PSOL na eleição deste ano, Sônia Guajajara, disse à BBC News Brasil que a nomeação de Silvia Nobre Waiãpi para a equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) não altera em nada sua visão de que o governo Bolsonaro representa uma ameaça aos índios.
“Ela (Silvia Waiãpi) tem origem indígena, mas não é uma liderança, nem fala em nome dos povos indígenas. Isso (a nomeação) de jeito nenhum vai significar o apoio dos povos indígenas a esse governo. Somos um dos alvos prioritários”, afirmou Guajajara, que esteve este ano no Amapá em evento realizado na Unifap (Universidade Federal do Amapá).
A BBC News Brasil fez contato com Silvia Waiãpi por meio de sua página oficial no Facebook, mas ela disse que não poderia conceder entrevista sem autorização do Exército.
A manifestação de Sônia Guajajara veio depois que o presidente eleito Jair Bolsonaro, convidou quatro mulheres para compor sua equipe de transição, entre elas Silvia Nobre. Três delas têm experiência na carreira militar e uma é economista com especialização em meio ambiente.
A tenente Silvia Nobre Waiãpi, primeira indígena a ingressar no Exército, tem uma história de superação e versatilidade – é artista, atleta e fisioterapeuta. Entrou para as Forças Armadas em concurso de 2010 e hoje é chefe do Serviço de Medicina Física e Reabilitação em Fisioterapia do Hospital Central do Exército no Rio de Janeiro. Nascida no interior do Amapá, ela deixou a aldeia de seu povo, os Waiãpi, para o Rio após ser mãe aos 13 nos de idade.
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