Política

Teles Júnior diz que gestão compartilhada do Porto de Santana

Secretário de planejamento avalia que concessão de terminal a empresas privadas vai tornar o estado um grande centro exportador



 

O anúncio, pelo governo federal, de que o porto da Companhia das Docas de Santana será ampliado com um terminal para uso privado, vai ser mais um forte atrativo para investimentos no estado. Segundo o secretário de Estado de Planejamento, Antônio Teles Júnior, em entrevista concedida na manhã dessa quinta-feira, 11, ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o porto é atraente sob o ponto de vista comercial, considerando as perspectivas de se tornar o maior corredor logístico para exportação dos grãos da região Centro-Oeste, a curto prazo.

Esse entendimento também é compartilhado pelo secretário de relações institucionais do governo do estado, Jorge Amanajás. Ele se disse muito otimista com o futuro do agronegócio amapaense: “Nossa gestão está estreitando as relações com as grandes empresas do agronegócio. Estamos empenhados em dotar o Amapá da infra-estrutura necessária para que, a partir do Porto de Santana, o agronegócio seja uma alavanca importante para o desenvolvimento do estado, não apenas como corredor de exportação da produção do Centro-Oeste, como também dos grãos que no futuro próximo serão produzidos no cerrado amapaense”.

Para Teles Júnior, o pacote federal de concessões na região Norte beneficia diretamente o Amapá, porque além da concessão de um terminal privado no Porto de Santana, também será privatizada a BR 156 (a rodovia Cuiabá-Santarém) que representa, na opinião dele, um valioso “atalho” do transporte de grãos para o Porto de Santana, de onde serão escoados para o mercado exportador. A previsão de realização do leilão para a concessão do terminal privado do Porto de Santana é para o início de 2016.

Questionado sobre a não inclusão do Aeroporto Internacional de Macapá no pacote de concessões anunciado pelo governo, Teles Júnior explicou que a iniciativa privada se interessa por setores lucrativos, com retorno de investimentos em curto prazo, por isso, no Amapá, apenas o Porto de Santana fez parte da medida.

O economista Anibal Seixas, também ouvido pelo Diário do Amapá, diverge de Teles Júnior: “O que estão faltando são gestões mais fortes por parte da classe política e do próprio governo no sentido de garantir alternativas imediatas e eficazes para o desenvolvimento da região. A BR 156, o Aeroporto de Macapá e o Porto de Santana representam ângulo vital para o estado garantir esse desenvolvimento”.

Na opinião de Seixas, fora do pacote de concessões, a rodovia e o aeroporto continuarão sendo um gargalo crônico: “O governo federal vai dizer sempre que não há recursos disponíveis para a conclusão das obras, eternizando a condições de ‘elefante branco’ da imponente ponte binacional sobre o rio Oiapoque, que liga o Brasil à França, porque do lado de cá há uma estrada intrafegável, o mesmo acontecendo com o aeroporto, que completaria o ciclo de transportes para turistas estrangeiros e para a própria população local, significando dizer que que por falta de políticas públicas decentes, ambos também não receberão investimentos privados para a sua conclusão”.

Quanto ao aeroporto, Antônio Teles argumentou que ainda não há confirmação oficial da suspensão do reinício das obras que, inclusive, já foram licitadas: “Nossa bancada federal e o próprio governador Waldez Góes estão se inteirando da situação. Se a suspensão for confirmada, não há a menor dúvida de que gestões políticas vão resolver o problema”.


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