Coluna Esplanada

Lula dá ultimato ao ministro Padilha

 

O presidente Lula da Silva deu um ultimato ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, do PT. Ou ele se acerta com os deputados – ainda há uma fila de reclamações, da oposição à base – ou volta para a planície; leia-se a Câmara dos Deputados. O presidente foi enfático, do jeito que está não dá mais. Padilha entendeu o recado e começou a procurar pessoalmente os líderes dos partidos e representantes do baixo clero, pedindo apoio para se manter no cargo. Evidentemente, sabe que há outra fila (de deputados) de olho no seu gabinete, um dos mais poderosos da República.

 

Conversa com Barros 

Há uma semana, fora da agenda, o presidente Lula da Silva chamou para café no Palácio da Alvorada o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), ex-ministro da Saúde no Governo de Michel Temer. Lula queria saber sua opinião sobre política, economia, eleições municipais e a sucessão na Câmara, entre outros temas. Barros é pré-candidato ao Senado na vaga de Sergio Moro, se o senador for cassado.

Choro & trava 

Na esteira do choro da ministra da Saúde, Nísia Trindade, se omite uma trava na articulação da pasta com os congressistas, e há quem aponte a falta de diálogo do secretário-executivo Swedenberger Barbosa, egresso do Governo Agnelo Queiroz.

 

Duto da Eletrobras

A movimentação de políticos na sala de Bruno Eustáquio, diretor de Relações Institucionais da Eletrobras, incomoda parlamentares de esquerda e servidores da empresa. Eustáquio usa polpudos fundos regionais de recuperação de bacias hidrográficas, da Eletrobras, para favorecer políticos de oposição ao Governo Federal. Bruno era da turma muito próxima de Jair Bolsonaro.

Presidente baiano 

Pelas articulações já em andamento, tão cedo, o cenário congressual indica que um baiano será o novo presidente da Câmara dos Deputados em 2025, na sucessão de Arthur Lira. A disputa pode ficar entre Elmar Nascimento (União-BA), do grupo de Lira, e Antônio Brito (PSD-BA), apadrinhado pelo Palácio, que precisa controlar a Casa.

 

Fatia do Brasil

Uma radiografia preocupante para quem preza pela soberania. Pelo menos 6,5 milhões de hectares do Brasil já foram comprados por grupos estrangeiros de diferentes países, nas cinco regiões do País. E esses são apenas as registradas em cartórios.

Governo Lula III e sua aversão à GLO

 

A intransponível relação de desconfiança com os militares fez o presidente Lula da Silva e o Governo terem aversão a eventuais decretos de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), dispositivo excepcional para o controle de uma crise na segurança pública. Em 13 meses da gestão Lula III, foi assinado apenas um decreto para GLO em portos e aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro. O emprego de militares das Forças Armadas nos portos do Rio de Janeiro, Itaguaí e Santos e nos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ) – para combater o crime organizado -, se encerra no mês de maio e não será renovado. No Governo Lula I, a GLO foi acionada 25 vezes. Na gestão sequente, foram 15 decretos, conforme dados do Ministério da Defesa.

 

Na cruz

Assim como presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a bancada evangélica sacrifica o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). O atrito gira em torno da proposta (PEC 5/2023) que amplia a imunidade tributária para templos religiosos. Além de divergências, deputados desconfiam se a articulação de Padilha garantirá os 308 votos necessários para aprovar a PEC.

 

Bloco estremecido

A disputa à sucessão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em 2025, tende a implodir o atual bloco parlamentar formado pelo MDB com o PSD e o Republicanos. As três legendas estão longe de um consenso e planejam ter candidatos próprios: Antonio Britto (PSD-BA), Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).

 

Às turras

A presidente e o vice do PT, Gleisi Hoffmann e Washington Quaquá, respectivamente, só convivem por obrigação institucional (na Câmara e no partido). Vivem às turras e não se suportam. Quaquá não dá a mínima para o que Gleisi fala sobre declarações dele. E Gleisi infla setores mais à esquerda do partido que atuam há meses para destituir o desafeto.

 

Pessimismo

A pesquisa Retratos da Sociedade, da CNI, revela que os jovens estão menos otimistas em relação à inflação. Quando questionados sobre a expectativa de inflação nos próximos 12 meses, a média nacional aponta que 58% dos entrevistados acreditam que a inflação vai aumentar. Entre os jovens de 16 a 24 anos, esse percentual é maior: 62%.

 

A sete chaves

Qual o valor dos salários que o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa Michelle Bolsonaro recebem do Partido Liberal (PL)? A Coluna questiona a assessoria da legenda há dias, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

 

Cofres Públicos

 

A realização das eleições municipais custa caro aos cofres públicos. Conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), solicitados pela Coluna, a conta do pleito deste ano, bancada pelos cidadãos, custará mais de R$ 1,4 bilhão. É mais que o dobro dos gastos nas eleições de 2016 (R$ 608.709.455) e superior aos de 2020 (1.346.807.852). Os recursos são direcionados para o transporte das urnas eletrônicas – incluindo o apoio operacional -, alimentação dos mesários, apoio administrativo, técnico e operacional, e para as Forças Armadas que prestam auxílio logístico e de segurança. Além das eleições, também sai dos cofres públicos a dinheirama que turbina o chamado fundo eleitoral. Neste ano, os partidos vão torrar mais de R$ 4,9 bilhões nas campanhas a prefeito e vereador.

 

Frente ampla

O passeio dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), para visitar Benjamin Netanyahu, em Israel, foi o primeiro ato da frente ampla de direita – com mais sete chefes de governos estaduais – que pretendem consolidar para eleger prefeitos e vereadores neste ano e disputar a Presidência em 2026.

 

Efeito Orloff

Nada como um dia após o outro na política. Deputado do União Brasil, Chiquinho Brazão votou pela manutenção da prisão do colega Daniel Silveira (PL-RJ) na cadeia. Silveira, como se sabe, atacou o STF e ameaçou ministros. Agora chegou a hora de a Casa votar, por força da lei, se avaliza a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão ou não.

 

Queda de braço

A ala política do Governo venceu a queda de braço com a equipe econômica que cogitou incluir as emendas parlamentares no bloqueio de R$ 2,9 bilhões anunciado na sexta-feira, 22, pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. Com o aval de Lula, que já enfrenta desgastes de sobra com o Congresso e sabe o valor das emendas em ano eleitoral.

 

Prestação de contas

A seis dias do julgamento no TRE do Paraná que pode levar à cassação, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) já começou a prestar contas do mandato de pouco mais de um ano. Distribui um vídeo no qual posiciona ter destinado R$ 21,4 milhões em emendas parlamentares para segurança pública do Paraná.

 

Rumos da Saúde

Apesar do clima de tensão no Ministério da Saúde, a ministra Nísia Trindade, que não tem filiação partidária e nem padrinho político, não corre risco, por ora, de ser demitida. Após a reunião ministerial com o presidente Lula da Silva, ela conduz trocas no secretariado para ajustar os rumos da pasta.

 

O polêmico Megaduto na Subida

 

É notorio entre portas de Brasília que o empresário Rubens Ometto tem a artimanha de tentar eliminar a concorrência, mas agora enfrenta outra batalha pela dominação do mercado de logística de infraestrutura. Ele quer aprovar goela abaixo o seu gasoduto da Subida da Serra na Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP) – curiosamente a mesma que ele já criticou em entrevista defendendo seu fechamento. Ometto construiu o gasoduto à revelia da ANP, que já havia dado decisões contrárias. Agora o empresário tenta aprovar seu gasoduto usando pressões de integrantes do Governo de Tarcísio de Freitas. Acontece que os executivos das empresas de Ometto admitiram em audiência na ANP que já estão utilizando o gasoduto sem nem mesmo ter licença para funcionamento. Resta saber qual será a posição da ANP.

 

Brazão pífio

Preso sob suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, o deputado Chiquinho Brazão (RJ) tem atuação pífia na Câmara. Não apresentou nenhum projeto; apenas dois requerimentos de criação de frentes parlamentares. Em plenário, fez apenas breve discurso registrando a presença dos vereadores Subtenente Cunha e Mayco, de Natividade (RJ).

 

Lobo solitário

O PSDB, que já teve líderes de peso no Senado – como Fernando Henrique e Mário Covas e bancada de 20 senadores -, terá apenas um parlamentar, Plínio Valério (AM), a partir de amanhã. O senador Izalci Lucas vai deixar o ninho e se filiar ao PL. O partido iniciou a legislatura com quatro senadores. Mara Gabrilli migrou para o PSD e Alessandro Vieira foi para o MDB.

 

Ordem do dia

Ministros seguiram a ordem do presidente Lula da Silva e passaram longe dos atos realizados sábado, 23, para lembrar os 60 anos do golpe militar. Em Brasília, o ato foi realizado próximo à Esplanada dos Ministérios. Nenhum integrante do Governo apareceu. Somente dirigentes petistas locais e deputados do Psol.

 

Modernidade sob ataque

O PO 700 é um dos mais importantes edifícios da capital. Só a Secretaria de Saúde do DF aluga dois andares, com uma área total de 14.109,74 m², ao custo de R$ 53,15. É o menor valor pago entre os locatários. Foram investidos R$ 9 milhões em layout, sem repasse à pasta. Mesmo assim, o MP do DF insiste em investigar o contrato, que já foi declarado vantajoso para a administração pública.

 

Em alta

Embalado pelo bom desempenho do ano anterior, o turismo no Brasil começou 2024 com números animadores. De acordo com o Banco Central, turistas internacionais deixaram no País US$ 800,6 milhões somente em janeiro. A Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo estipula um aumento de 3% no setor até o fim do ano.

 

 

Palavra dos Generais

 

Preso ontem na operação Morder Inc. da Polícia Federal como um dos envolvidos no mando da morte da vereadora Marielle Franco, o delegado da Civil Rivaldo Barbosa foi nomeado em março de 2018 – na véspera do crime – pelo general Richard Nunes, então secretário de Segurança do Estado, durante a gestão do interventor general Braga Netto. A PF tem a chance de puxar o fio, ouvindo os generais, e saber quem indicou o delegado Barbosa para o cargo, que ocupou a cadeira mais importante da polícia fluminense já ciente do crime premeditado e com a missão da blindagem dos mandantes, segundo as investigações em andamento. É praxe no Estado delegados sentarem nessas cadeiras com apadrinhamento de deputados estaduais e federais.

 

Ausência & pito

O ex-ministro José Dirceu comemorou 78 anos em Brasília com grande festa e um desfile de figuras suprapartidárias. A ausência mais notada foi a da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman. O presidente Lula da Silva deu um pito em Gleisi. Ele lembrou que seu cargo é institucional.

 

Batom no PL

Presidente de um PL com carae DNA de machão bolsonarista, Valdemar Costa Neto corre para cumprir a lei e filiar mulheres para as campanhas municipais, e fazer jus aos quase R$ 900 milhões do fundo eleitoral. Um terço disso deve ser investido em candidaturas femininas. Planejou centenas de diretórios do PL Mulher e conta com Michelle Bolsonaro como garota-propaganda.

 

Um suco de Rio

O suplente do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) – preso como mandante da morte de Marielle Franco e ligado a milícia – é Ricardo “Abrão” David (União). Ele foi presidente da Beija-flor, deputado estadual por dois mandatos e é primo do patrono da escola, o bicheiro Aniz Abraão David. Ricardo vem de uma família de políticos tradicionais da Baixada fluminense. Seu pai foi prefeito de Nilópolis.

 

Cheque legal

Em meio aos debates sobre o futuro de Jair Bolsonaro e a esposa Michelle, há uma determinação que não muda no PL: ambos devem ter os salários em dia. Principalmente ela.

 

Tiro certeiro

O senador Ciro Nogueira deu tiro certeiro na falácia dos militares que agora posam de heróis nos depoimentos à PF: se ouviram planos de golpe e não denunciaram no ato, prevaricaram. Agora é muito fácil aumentar teorias para se livrar da cela.

 

Coincidência?

 

O advogado que representa a sino-indonésia Paper Excellence nos temas criminais e seu colega que defende o árbitro Anderson Schreiber em um inquérito policial foram vistos almoçando juntos no restaurante Xian, no último dia 13, no Rio de Janeiro. Rogério Taffarello, que defende a Paper pelo escritório Mattos Filho, e Diogo Malan, patrono de Schreiber pela banca Mirza e Malan, foram flagrados por uma fonte da Coluna. Schreiber foi julgador da arbitragem da Paper contra a J&F no caso Eldorado, que deu vitória à empresa estrangeira. Ele responde a um inquérito por suspeita de falsidade ideológica tanto no caso Eldorado quanto em arbitragem movida contra a Petrobras. A Paper não é parte nesse inquérito. Ambos responderam contato da reportagem. Malan diz que é amigo de Tafarello há 15 anos e conversaram amenidades. E Tafarello informou que a pauta do almoço foi um projeto editorial a convite do amigo.

 

Alvejado

Parlamentares e dirigentes de partidos governistas alvejam e colocam na conta do ministro da Defesa, José Múcio, o veto às homenagens às vítimas da Ditadura nos 60 anos do golpe militar. Ele tem dito que seguiu orientação do presidente Lula da Silva. Um nome defendido para o lugar de Múcio é o do senador Jaques Wagner (PT-BA), que chefiou a pasta no governo Dilma.

 

Recado discreto

A foto dos governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO) com o premiê israelense Benjamin Netanyahu é a pura imagem de um recado eleitoral discreto: ao passo que se solidarizam com as famílias vítimas do terrorismo, vão passar o chapéu entre banqueiros judeus brasileiros nas futuras campanhas de 2026. Tarcísio, à reeleição, e Caiado, potencial candidato a presidente.

 

Reconquista de França

Após cobranças do presidente Lula da Silva, ministros começaram a se mexer. Márcio França (Empreendedorismo) já azeitou com a Fazenda e o Congresso o envio, nos próximos dias, conforme apuração da Coluna, da MP da Reconquista, para liberar crédito para MEIs e pequenos empreendedores e renegociar dívidas para pessoas jurídicas, nos moldes do Desenrola.

 

Cerco eleitoral

Se aprovado, o novo Código Eleitoral vai endurecer regras para pesquisas eleitorais. Umas das exigências será a divulgação do percentual de acertos das sondagens do pleito anterior comparado ao resultado oficial. “Se teve uma disparidade, o instituto não merece crédito; se teve proximidade, merece crédito”, justifica relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI).

 

De costas

Além dos salgados preços dos ingressos – R$ 350,00, R$ 2 mil e R$ 5 mil -, o ostentoso banquete da festa de 44 anos do PT, em Brasília, reservou momentos insossos. Teve quem esperou mais de 30 minutos para tirar uma foto com a primeira-dama Janja. Em vão: além de sentar de costas, ela levantou, fez breve aceno e foi embora do evento. Não foi só Janja que desagradou.

 

 

CPI investiga suposta coação por parte de ex-deputados

 

A denúncia do ex-secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Alexandre Vidigal de Oliveira, à CPI da Braskem revela os bastidores da contaminação política nas principais agências reguladoras. Ele confirmou aos senadores que sofreu coação – com direito a dossiê – por parte de ex-deputados federais que queriam emplacar apadrinhados em cargos importantes no Governo Federal e na Agência Nacional de Mineração (ANM). A comissão vai aprofundar as investigações para identificar e convocar os ex-parlamentares. As 11 agências reguladoras têm, atualmente, mais de mil cargos ocupados por políticos. Os salários são atrativos e chegam a R$ 19,7 mil.

 

Sem clima

Mesmo que fossem autorizados a se falarem novamente pelo STF, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não teriam clima para diálogo. A divulgação do depoimento de Valdemar, no qual afirmou que Bolsonaro o pressionou a ajuizar ação no TSE questionando as urnas, selou de vez a ruptura entre os dois.

 

Forte escolta

Pelo menos duas pessoas da família de Ronnie Lessa estão fora do Rio de Janeiro e sob forte escolta, conta uma fonte da Coluna. A Polícia Federal homologou delação na qual ele aponta o(a) suposto(a) mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco. O caso segue sob sigilo.

 

Sufoco no terminal

Algo de estranho está acontecendo no aeroporto de Guarulhos. O terminal 2 tem atrasos nas operações de fingers – segundo passageiros de até 20 minutos após o taxiamento – e o ar-condicionado do terminal é bem fraco, quando raramente está ligado. Ontem, passageiros dos portões 260 a 264 reclamaram muito.

 

Cadência baiana

Leitor e admirador das charges da Coluna, o deputado baiano Antonio Brito (PSD) recorre à cautela quando o assunto é sucessão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “Vamos com calma”, afirma, com o bom humor de sempre.

 

Pauta boicote

Senadores insatisfeitos com a condução da pauta pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AL), estão boicotando os trabalhos do colegiado. Nenhum relator das 11 matérias em pauta compareceu à comissão ontem e a sessão foi encerrada.

 

Xeque-mate

 

A pressão do Centrão, capitaneada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), surtiu efeito. O Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/MS nº 3.283 que possibilita aos parlamentares destinar mais recursos de emendas para Estados e municípios. A manobra orçamentária para saciar a sede do Centrão passa pela ampliação de recursos do Fundo Nacional de Saúde para assistências da Atenção Primária, Atenção Especializada, veículos do SAMU 192 para transporte de pacientes, Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, Unidades de Vigilância de Zoonoses. Somados, posiciona o MS, os limites para a alocação dos recursos “são cerca de cinco vezes a dotação disponível, o que confere aos deputados e senadores maior amplitude para o direcionamento das emendas aos entes federados”. Em fevereiro, Lira protocolou Requerimento de Informação (RIC) questionando a pasta sobre quais os critérios utilizados para a distribuição de recursos.

 

Tesourada

Durante a reunião com os ministros, o presidente Lula da Silva mirou Simone Tebet (Planejamento) e Fernando Haddad (Fazenda) ao afirmar que todos do Governo terão que ter compreensão com os “ajustes” que precisam ser feitos. Foi o prenúncio dos cortes no Orçamento que serão anunciados na sexta, 22. Lula quer blindar Tebet e Haddad do fogo amigo após a tesourada.

 

Contagem regressiva

O deputado Emanuel Neto (MDB-MT) deixará a Vice-Liderança do Governo após a Semana Santa. O Planalto já aceitou a demissão e deu como prêmio de consolação para o parlamentar a relatoria do projeto (PL 81/2024) que isenta do pagamento do Imposto de Renda pessoas que ganhem até dois salários-mínimos. Desgastado, Neto vai submergir e será candidato a prefeito de Cuiabá.

 

General ileso

Ex-homem forte do Governo de Jair Bolsonaro, o general Luiz Eduardo Ramos passa ileso, por ora, da devassa da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal. Assim como outros raros militares que ocupavam a cúpula do Planalto, ele não embarcou na cantilena da trama golpista.

 

Pesquisa$

Em meio à revelação dos exorbitantes gastos do Governo com comunicação, a oposição cerca o ministro da Secom, Paulo Pimenta. O deputado Evair de Mello (PP-ES) quer convocá-lo para dar explicações na Comissão de Fiscalização sobre os gastos de R$ 6,8 mi com pesquisas de popularidade do presidente Lula da Silva. O requerimento pode ser aprovado hoje no colegiado.

 

Manifesto

Familiares de vítimas da Covid cobram do PGR, Paulo Gonet, investigação séria e diligente dos crimes cometidos durante a pandemia. Em manifesto da associação que os representa (AVICO), dizem “ver com otimismo o fato de Gonet estar dando demonstrações de que esses crimes não ficarão impunes”. Os familiares pretendem se reunir com Gonet nos próximos dias.

 

Crise incendiária

 

A incendiária crise no comando do União Brasil, após a derrota do deputado federal Luciano Bivar, pode provocar deserções no partido em todo o País. A avaliação de políticos municipais é de que o terremoto terá impactos nas eleições de outubro. Atualmente, a legenda conta com 59 parlamentares na Câmara, 592 prefeitos e mais de cinco mil vereadores. Cada região tem sua especificidade política, mas os principais partidos para os quais representantes do União podem migrar são o PSD, MDB, PP e PSDB. A janela partidária – período em que vereadoras e vereadores podem trocar de partido sem prejuízo do mandato – começou no dia 7 de março e se encerra em 5 de abril.

 

Ficha corrida

Apesar de ter se livrado do primeiro pedido de extradição – negado pelo Governo dos Estados Unidos -, o “jornalista” Allan dos Santos tem outras pendências com a Justiça brasileira que vão além dos supostos crimes de calúnia e difamação. O STF e o MJ esperam o momento certo para emitir outro pedido de extradição pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

 

Caixa-preta

Sob o comando de Arthur Lira (PP-AL), a Câmara dos Deputados dificulta o acesso às informações. Para saber quais deputados assinaram pedido de impeachment contra o presidente Lula da Silva, por exemplo, a orientação é que o pedido seja encaminhado via Lei de Acesso à Informação (LAI). Em gestões anteriores, essas informações eram fornecidas em, no máximo, 48 horas.

 

Engalfinhados

O PSB e o PDT vinham afinados para fechar uma federação entre as legendas. O projeto começou a implodir quando o senador Cid Gomes (CE) deixou o PDT e migrou para o PSB levando uma bancada de mais de 40 prefeitos. Os dois partidos também se engalfinham em outros Estados, como Pernambuco e São Paulo.

 

Rede patriota

Ficou salgada a conta que terá que ser paga pela rede de fast food Habib’s por ter feito campanha para incentivar a participação da população nos protestos de rua ocorridos em 2016. Foi condenada pelo TST ao pagamento de R$ 300 mil de indenização por assédio político a empregados. A campanha, à época, fora batizada de “Fome de mudança”.

 

Ambiente de negócios

Vice-presidente da Câmara, o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) defende projetos com foco no “ambiente de negócios, sustentabilidade, comércio exterior e transformação digital”. As principais propostas relacionadas a esses temas estão reunidas na Agenda Legislativa da Câmara Americana de Comércio que será apresentada na próxima semana. Marcos Pereira presidirá o encontro.

 

Na margem de erro

 

O índice de aprovação do Governo Lula III está, em média, próximo aos registrados no início dos segundos anos das gestões do petista, em 2004 e 2008. Conforme levantamento da Coluna, sondagem CNI/Ibope de março de 2004 apontava 54% de aprovação. Oscilou para 51% dois meses depois. Em 2008, a aprovação do petista foi de 58%, segundo o CNI/Ibope, e chegou a 70% no fim daquele ano, segundo pesquisas do Datafolha e CNT/Sensus. Sondagem Quaest divulgada há uma semana aponta que 51% dos entrevistados aprovam o trabalho do presidente Lula da Silva na atual gestão e 46% desaprovam. A aprovação recuou três pontos percentuais na comparação com a pesquisa anterior, realizada em dezembro de 2023.

 

Na maciota

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, adota postura distinta do antecessor, Flávio Dino, para evitar indisposição com o Congresso.  Toma café e dialoga com parlamentares da oposição e governistas com frequência. Foi assim que amaciou a Comissão de Segurança da Câmara que adiou convocação para se explicar sobre a fuga em Mossoró.

 

Bola da vez

Além do Paraná – caso se confirme a cassação do senador Sergio Moro (União-PR) -, Santa Catarina também poderá ter novas eleições para o Senado Federal. O senador Jorge Seif Junior (PL) é a bola da vez no TSE que irá analisar a contundente recomendação do MP Eleitoral pela cassação dele e dos suplentes.

 

Joias da Câmara

As moedas finas que o ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, recebeu do governo de Belize estão intactas no acervo da Casa. Assim como os outros 340 presentes recebidos por outros ex-deputados presidentes, como Michel Temer, João Paulo Cunha, Eduardo Cunha e Rodrigo Maia. Nenhum foi retirado ou vendido e alguns estão expostos no salão verde da Câmara.

 

Persona non grata

O atual diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa, virou o principal alvo da CPI da Braskem. Prestou depoimento à comissão e a constatação foi de que ele dificulta o acesso às informações. Por isso, foi ligeira a aprovação da quebra do seu sigilo bancário, de 2022 a 2024.

 

Carreiras & histórias

O empresário José Carlos Grubisich é o convidado do quinto encontro virtual “Carreiras e histórias de orgulho na Rhodia”, promovido pela Associação Ródano, que reúne funcionários e ex-funcionários da companhia. O ex-presidente da Rhodia na América Latina vai falar sobre experiências profissionais e pessoais à frente de uma das maiores empresas químicas do mundo.