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Sérgio Cabral, o prisioneiro

A crise política, ética e moral por qual passa o Rio de Janeiro pode ser definida inversamente com a homilia do evangelista Mateus, que sentenciou que “depois da tempestade vem a bonança”.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

Na prática, conhece-se dois tipos de políticos, um que rouba e furta e se esconde premido pela vergonha e, outro, que acumula produtos de suas ações criminosas e, sem um pingo de vergonha, expressa vontade e continua mentindo, ostentando status de grande figura sem temer represálias de uma sociedade vilmente enganada. É esse o caso do ex governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que comprometeu sua carreira política com mentiras na base de promessa de amparar os idosos com o propósito de ganhar poder e surfar com poderes, visando seu único interesse pessoal.

A crise política, ética e moral por qual passa o Rio de Janeiro pode ser definida inversamente com a homilia do evangelista Mateus, que sentenciou que “depois da tempestade vem a bonança”. No estado do Rio, o conceito bíblico ganhou versão diferente, ou seja, “depois da bonança veio a tempestade”. O governo de Sérgio Cabral administrou com apoio dos royalties do petróleo que, dissipados pela inépcia do governador, antecipou futuras receitas sem considerar efeitos negativos, como a desvalorização do preço do barril. As consequências vieram com a ruína das contas públicas, antevista por ele que recorreu à renúncia, em abril de 2014, com baixa popularidade. Para os servidores, em sua maioria com pouco recursos, a situação se agravou, atingindo ospequenos com a fixação de redução de salários, concepção clara de um estado com clara visão de governantes ricos e governados pobres.

O texto citado de Mateus, 10, foi invertido porque, no período de Cabral (2007/2014), sem atentar que a continuidade da má administração poderia ocorrer, por isso a renúncia pouco antes de deixar o governo. Tendo como padrinho Lula da Silva, não pensou no dinheiro inacabado da China e do petróleo e se pôs a agradar a Deus e ao mundo, privilegiando altas categorias funcionais, em detrimento das classes menores. A falta da entrada da exportação para os chineses, que recebiam produtos brasileiros em vários navios, e que em troca tinha produtos vindos apenas em um só navio, em flagrante lesa pátria. Sérgio Cabral legou um patrimônio falido ao vice Luiz Fernando Pezão. Repito que já o fiz várias vezes escrevendo que os fatos deprimentes na política financeira do país tiveram seu início quando o governo Lula que, no toque de populismo trouxe de uma vez só os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo. Sem poupança para arcar com os elevados custos, então surgiu o jeito de recorrer às empreiteiras que, em combinação com parlamentares desonestos, encontraram o caminho mais fácil, através da propina, para benefícios de todos envolvidos com triste histórico para o Rio de Janeiro e todo o país.

O processo de desgaste do setor público teve inicio em 2005 com o Mensalão, que quebrou o vínculo da decência e, o mais grave, por quem não devia. O PT diz que nunca houve tanta caça à corrupção como agora. Claro, ele, PT, abriu as torneiras e aí surgiram vilões como Sérgio Cabral, Garotinho e tantos outros, cuja citação não caberia neste modesto artigo, que conclama a necessidade de que o país passe por um processo regenerativo, tornando-se mais limpo, obedecendo à ciência que representa o porquê de tudo, e à religião, que formula o sentido.


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