Cidades

Patrícia Peck louva a “testemunha máquina”

Especialista em segurança da informação veio a Macapá proferir palestras.


A professora Patrícia Peck, uma das maiores especialistas em segurança da informação do Brasil, disse na manhã desta sexta-feira, 2, no programa LuizMeloEntrevista (Rádio Diário FM 90,9), que o marco civil da internet tem dado uma grande contribuição ao Direito Digital, porém ainda não se tem, no país, a possibilidade de se agir a tempo para pegar o bandido com a mão na máquina, literalmente.

Patrícia, de São Paulo, está em Macapá para proferir palestras em evento do Comitê de Segurança Institucional e do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do Ministério Público do Amapá (MP-AP), no Complexo Cidadão do Centro. Ela falou ontem sobre “Segurança da informação e seus desafios legais na Era Digital” e, hoje, das 9h às 12h, aborda “Conscientização em segurança da informação”.

A especialista disse que no Brasil, às vezes, para se descobrir um crime cibernético, autoridades precisam ir atrás de procedimentos, precisam de ordem judicial e ainda dependem que a vítima dê depoimento ou pelo menos faça um Boletim de Ocorrência.

“Tudo isso dá tempo para a quadrilha fugir”, avaliou Patrícia, autora do Livro Digital (6ª edição) e de mais 17 obras sobre Direito e Tecnologia. Para ela, o brasileiro é uma presa fácil de golpes na internet, porque baixa tudo o que é de graça, e disso as quadrilhas se aproveitam.

Patrícia exemplificou o momento do black Friday, quando os bandidos digitais mandam cupons até por whatsaap, de graça, contaminando-o com vírus que captam dados e informações das pessoa. Ela registrou que ultimamente tem aumentado o número de chantagens e extorsões mediante a captura de fotos e, às vezes, até as coisas mais íntimas das vítimas.

A especialista fez ver que a “testemunha máquina” é isenta. “Se perguntar pra ela o que aconteceu, ela conta, ao contrário do ser humano, que faz conchavo, tem saia justa, é ameaçado de morte. “É por isso que se está vivendo no Brasil toda uma revelação mais transparente de fatos, porque a máquina conta o que viu no e-mail, na ligação celular; ela conta coisas, mas tem que se achar a máquina; tem que perguntar pra ela”, ensinou.


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