Política

Para Ericláudio, legislação branda leva à impunidade e faz a violência crescer

Secretário da Sejusp diz que todo o sistema de segurança pública do Amapá será reestruturado com emenda parlamentar de R$ 90 milhões


Em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira (20) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) o titular da secretaria de estado de Segurança Pública (Sejusp) Ericláudio Alencar afirmou que o avanço da violência em todo o país se deve à “legislação branda” que leva à impunidade. Ele admitiu que no Amapá não é diferente, mas que um plano de segurança está sendo formatado pela secretaria e anunciou a reestrutura do sistema de segurança público em todo o estado.

“O Brasil vive em estado de guerra, hospitais se transformaram em hospitais de guerra, a educação e a saúde um caos; o Amapá também sofre com isso, mas estamos adotando providências para conter essa violência. Quando eu assumi (a Sejusp) a primeira coisa que fiz foi um diagnóstico do que acontece na segurança pública, porque ninguém pode debelar a doença se não tiver um diagnostico; eu tenho ido às ruas para resolver os problemas, que existem sim, e não cabe a mim esconder, nem escondo, mas estamos trabalhando em políticas públicas para conter essa violência que não acontece só aqui, mas em todo o país”, relatou.

Para o secretário o problema não pode ser creditado só à polícia, mas também à sociedade: “Estamos reforçando o policiamento nas áreas mais vulneráveis, trabalhando com um contingente muito reduzido, porque precisamos de 7 mil policiais mas temos apenas 3 mil 300. O nosso foco principal é o combate ao tráfico, ao homicídio e à violência contra a mulher, mas a sociedade também tem que fazer a sua parte, os pais têm que agir porque o menino que foi para o mundo das drogas passa a roubar à luz do dia rouba e troca o objeto roubado nas bocas de fumo; os pais têm que adotar providências para evitar que os filhos entrem no mundo da droga, porque muitas vezes é uma chaga social irreversível”, ponderou.

O secretário anunciou investimentos eficientes nos órgãos de segurança: “Estamos fazendo um grande planejamento para a emenda de R$ 90 milhões que o governador Waldez Góes garantiu junto à bancada federal para reforçar e ampliar todo o sistema de segurança pública, com a construção de três quarteis e reaparelhamento do Corpo de Bombeiros, de cinco novos quarteis para a polícia militar, de uma UPC no Macapaba, de um píer para combater os ratos d’água e reaparelhar a Sejusp, com a construção de mais três Ciops, de uma nova Delegacia de Crimes Contra a Mulher em Macapá e no Oiapoque, de um Ciops e uma nova sede da Politec em Santana. Além disso, o governador já lançou o edital do concurso público para as polícias militar e civil e Politec, que vai permitir não só estruturação, mas também a renovação das forças, a reoxigenação dos homens e mulheres que estão trabalhando”.

Outra obra que é tida para o secretário como vital para o enfrentamento da violência é a construção do novo presídio em Macapá: “Agora vamos construir uma penitenciaria para mais 1 mil vagas para o regime fechado; os recursos já estão em conta, o que permitirá para dar mais efetividade ao cumprimento da pena, mas temos um grave problema no Brasil que é legislação muito branda, como agora com a audiência de custódia, além da previsão legal de que em crimes com pena de até quatro anos a pena privativa de liberdade é substituída por restritivas de direitos. E no caso das audiências de custódia, levantamento mostra que mais de 50% dos acusados da prática de crime são soltos, mesmo, muitas vezes se tratando de casos absurdos, de traficantes e de latrocídas, por exemplo; isso causa um grande desconforto tanto para os policiais, que prendem, como para a sociedade, tudo por culpa da legislação que é feito pelos homens de Brasília, que produzem essas perolas e aqui na ponta nós é que sentimos as consequências”, desabafou.

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