Wellington Silva

Mar abaixo…

Como diria o grande e genial Tim Maia:

“ Vamos falar de amor, vamos falar de amor, vamos falar de amor…”

Sim, vamos falar de amor, de amor a nossa terra, nosso povo, nossa gente, nosso Marabaixo, nossa rica identidade cultural.

Marabaixo, palavra de origem afro brasileira que quer dizer mar abaixo, ir mar abaixo…

Inicialmente, lembra tempos outrora do período colonial quando nossos ancestrais foram brutalmente arrancados da Mãe África para logo depois sofrerem as piores humilhações e brutais torturas, acorrentados nos porões de navios escravos, navios comandados por mercenários regiamente pagos pela coroa portuguesa.

A palavra em si, Marabaixo, traduz a lídima expressão de um sentimento, de uma memória oral, quando estes desciam mares e rios em cantorias, mesmo sob açoites, cantando, para tentar esquecer as agruras sofridas…

Arrancados de sua terra, extraídos do solo sagrado de seus pais, avós, bisavós, inesperadamente passam a ser tratados e vendidos pelo homem branco português como animais, quer seja nas feiras livres de comércio, fazendas, engenhos, ou nos canaviais. E, tal qual os índios, nativos de cada região brasileira, são irracionalmente vistos e tratados como seres sem alma, vítimas de zombarias, criaturas desprovidas de inteligência, seres primitivos, de uma cultura primitiva anticristã. Tudo era de comum acordo entre a visão da igreja católica e do poder constituído, da época.

A cruel tentativa, de desconstrução de uma cultura milenar histórica, através da imposição da cultura dominante, resultou na chamada cultura de resistência do povo escravizado. Essa histórica resistência, com toda a sua poética e musicalidade, de culto ao Sagrado, foi passada de geração a geração pelo povo escravizado e acabou gerando o samba, por exemplo, filho pródigo ancestral dos tradicionais batuques tribais dos povos da Mãe África.

De acordo com pesquisas históricas, toda essa rica herança cultural, trazida a nossa região, pode nos levar a época do Governo do Grão-Pará e ao projeto do marquês de Pombal de colonizar (povoar) a Amazônia após dura derrota sofrida na região do Marrocos, de parte das comunidades tribais mouras. Isso nos remete a 1.770 com a chegada a Belém de 340 famílias, vindas da Mazagão marroquina, possessão portuguesa localizada no norte da África.

Em 1773 foi inicialmente providenciada a construção de 56 casas, aqui, na Nova Mazagão, e realizada a transferência de 176 famílias de Belém para o local. Estas famílias trouxeram consigo a tradição do batuque e toda uma tradição de culto ao Divino Espírito Santo, a Nossa Senhora da Piedade e a São Tiago, por exemplo, herança cultural influenciada pela Igreja Católica, na derrotada Mazagão marroquina.

A magia encantadora do Marabaixo, seu ritmo, toques, poética popular, é a edificação histórica de um rico processo ritualístico permeado de rimas, ou versos “ladrões” entoados pelo cantador (a) e acompanhado pelos foliões. Geralmente, eles falam de atos, fatos históricos, acontecimentos sociais, por vezes alegres, e por vezes, tristes, melancólicos…

Em Macapá foi Ladislau, Julião Ramos, João Barcas e depois Gertrudes que fomentaram esta rica manifestação cultural em nossa região.

Salves Mestres Ladislau e Julião Ramos!

Salve Mestre João Barcas!

Salve Tia Gertrudes e Tia Venina!

Salve Tia Biló, Laura do Marabaixo e Verônica do Marabaixo!

Salve, todos os marabaixeiros e marabaixeiras do Amapá!

Viva o nosso Marabaixo!

Carta aberta aos brasileiros

Nunca na história deste país se falou tanta besteira como agora, e hilariante mente, é bom que se diga, tal qual comédias de mal gosto.

O grande perigo, nisto tudo, é onde ronda e mora o perigo disto tudo, com sede e foro privilegiado no planalto central do Brasil.

Em verdade, os incendiários totalitaristas ultimamente planejam atos e fatos na maior cara de pau e os disseminam absurdamente, contaminando e minando pequena parte da linda mente ou fanatizada mente linda brasileira. E então, a pequena “divina comédia humana brasil” vai as ruas, nas principais capitais deste rincão varonil, pedir a intervenção militar, o fechamento do Congresso Nacional e do STF e por fim o controle total e absoluto sobre tudo e sobre todos, como uma espécie de febre alucinante paranoica. Invocam a teoria totalitária da imagem do líder absoluto, do líder máximo, tal qual Hitler, na Alemanha nazista, Mussoline, na Itália fascista, ou Fidel, em sua Cuba socialista.

O mais hilário, nisto tudo, é que seus ardorosos defensores, ferozes críticos do dito e titulado totalitarismo comunista, defendem a intervenção militar, o fechamento do Congresso, fechamento do STF, e etc. E, muito pior e mais hilário que toda loucura junta, ainda se auto intitulam “patriotas”, vestem-se de verde e amarelo e ostentam a bandeira nacional.

A luz da nossa jurisprudência, deveriam ser presos por descaradamente atentarem contra as liberdades individuais e coletivas, contra a democracia, nosso estado democrático de direito.

Estes, em verdade, cospem e vomitam na profunda simbologia de nossa bandeira nacional e em todos os artigos constitucionais que falam dos direitos de cada cidadão brasileiro. Agridem e vomitam na função legal dos poderes constituídos, explícitos na Constituição da República Federativa do Brasil. Fundamentalmente, eles também cospem e vomitam na história de lutas de nosso povo.

Os senhores cospem e vomitam na história de lutas dos Inconfidentes e de Tiradentes (1789), cospem e vomitam na história e no sangue derramado dos revolucionários pernambucanos de 1.817 e principalmente cospem e vomitam na memória de todos aqueles que lutaram pela liberdade e pela independência do Brasil, em 1.822.

Após a queda da monarquia e do clero o homem criou o estado democrático de direito a fim de que a liberdade, a igualdade e a fraternidade entre homens e mulheres enfim e por fim triunfe no Brasil e no mundo, nunca e jamais a tirania, a barbárie, o absolutismo, o totalitarismo, a centralização de poder nas mãos de um só! Isso seria uma desgraça, retrocesso histórico e caos moral e institucional para qualquer país democrático.

Os senhores, auto intitulados “patriotas”, ao descaradamente defenderem o “fecha tudo”, simplesmente rasgam a Bandeira Nacional do Brasil e ignoram, completamente, seu conteúdo, mensagem, simbologia…

Não percebem que o losango e a esfera são o Olho que Tudo Vê, o Eterno, o Infinito, a vislumbrar um grande valor humano como meta para o Brasil:

ORDEM E PROGRESSO!

Como pode haver Ordem e Progresso neste país com históricos atos de corrupção e defesa de ideias totalitárias emanadas pelo planalto central do Brasil?

Defendam o lema ORDEM E PROGRESSO, senhores, pois isto sim é ser patriota, na mais profunda acepção da expressão contida!

Portanto, ser progressista é defender as liberdades individuais e coletivas, a livre iniciativa, a liberdade de expressão e de pensamento, nosso povo, nossa gente, nossa cultura, nossa identidade cultural.

ISTO, SIM, É SER UM VERDADEIRO PATRIOTA BRASILEIRO!

João Lourenço da Silva

Ele aqui chegou, em Macapá, em 1943, aos nove anos, vindo de Campina Grande, Paraíba, em busca de oportunidades com a família.

 

Inicialmente, enfrentou muitas dificuldades, ao lado de sua mãe, Maria Severina, para o sustento de seus irmãos. Mente aguçada e curiosa, espírito irrequieto, cursou o primário no Grupo Escolar Barão do Rio Branco (1950) e fez o curso ginasial no Colégio Amapaense, em 1954. Em 1957, com muito esforço e dedicação, completa o chamado Curso Científico, no Colégio Amapaense, histórico espaço de saber no qual viria a ser pouco depois um dos seus melhores diretores.

 

Nesta mesma época, ainda jovem, aprende o ofício de alfaiataria com o conhecido atleta de futebol e mestre da alfaiataria tucuju, “Vadoca”, com ateliê localizado atrás da Igreja Matriz de São José de Macapá. Até 1964, após processo seletivo, passa a trabalhar como Contador no Banco da Lavoura de Minas Gerais S/A, depois denominado Banco Real S/A. Seguidamente, neste mesmo ano, agarra-se a mais uma boa oportunidade para o exercício da função contábil dentro do setor financeiro da empresa Indústria e Comércio de Minérios S/A, Icomi, Chapa 6835.

 

Em 1965, em Macapá, realiza o Curso de Cades, História e Administração Escolar, registro 2.842/MEC. Ano seguinte, 1966, na Universidade Federal de São Paulo, Centro Professor Queiroz Filho, faz o Curso de Preparação de Pessoal Técnico, curso que lhe proporciona vasto cabedal de conhecimentos como um dos melhores e um dos mais aplicados acadêmicos. É nesta época, na função de diretor do Colégio Amapaense, que o Professor João Lourenço é convidado pelo governo de Lisboa Freire a contribuir para a educação amapaense, tempo em que tudo estava por fazer.  Na qualidade de diretor do CA, logo sua capacidade intelectual e de liderança se faz notar e é convidado a compor chapa com o saudoso Cabo Alfredo para o cargo de suplente de deputado federal. Perdem a eleição para Janary Nunes após apuração das urnas.

 

Em 1969, ano histórico do pouso do módulo Águia na Lua, com o astronauta Neil Armstrong caminhando em solo lunar, João Lourenço conquista o primeiro lugar no tradicional concurso de desfile cívico de 7 de setembro. A engenhosa maquete do módulo Águia, por ele criada em tamanho natural, desperta efusivos aplausos de populares ao longo da avenida Fab. Em meados dos anos 70, foi o responsável pelo processo de implantação e organização do chamado curso ginasial nos municípios de Oiapoque e Amapá, grande desafio por ele executado, e com pleno êxito, fato que o guindou ao cargo de Chefe da Equipe de Orçamento e Finanças, Coordenadoria Setorial de Planejamento, da Secretaria de Educação e Cultura, até 1985. Neste mesmo ano, na Secretaria de Administração/Sead, na qualidade de presidente, organiza a Comissão Permanente de Licitação do governo amapaense e depois assume a chefia da Coordenadoria Setorial de Planejamento da mesma secretaria. Em 1990, é aposentado através da Portaria 0104 de 22 de janeiro de 1990, devidamente publicada no Diário Oficial da União. Em 1991, é convidado a assumir a Divisão de Orçamento e Planejamento do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá, e depois a Secretaria de Controle Interno do referido tribunal, dando considerável contribuição para organizar sua estrutura organizacional.

 

Na Maçonaria, foi iniciado em 1991 na Augusta e Respeitável Loja Maçônica Tiradentes 2599, filiada ao Grande Oriente do Brasil, logo notabilizando-se como profundo conhecedor dos augustos mistérios da Arte Real. Na Grande Loja Maçônica do Amapá exerceu diversos cargos, tendo assumido o cargo de Venerável Mestre da Loja Maçônica Duque de Caxias nº 01, em 1996. Em 2008, junto com outros irmãos, funda a Academia Amapaense Maçônica de Letras, projeto idealizado pela Cruz da Perfeição Maçônica do Amapá, Raimundo dos Santos Lopes, deixando assim um grande legado de conhecimento e retidão para as gerações vindouras.

 

Como um viajante das estrelas, João Lourenço da Silva, um eterno buscador, agora buscará o infinito…

 

Viajará, e conhecerá mundos inimagináveis…

8º BEC em socorro a BR-156

Finalmente, após décadas de espera, a BR-156, estrada mais longeva a pavimentar no território nacional brasileiro, desta vez terá uma atenção especial do governo federal através de nosso glorioso Exército Brasileiro que já mobilizou máquinas e equipamentos diversos do 8º Batalhão de Engenharia e Construção, o 8º BEC, com sede em Santarém, estado do Pará, para o nosso estado do Amapá.

 

A articulação, feita pelo senador amapaense e ex-presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, obteve imediato atendimento do novo comandante da corporação, general Paulo Sérgio Oliveira, sensível aos problemas de acessibilidade dos amapaenses ao longo da estrada.

 

A operação de engenharia, batizada de OPERAÇÃO MATAPI, em homenagem ao rio Matapi, culminou em uma grande mobilização logística dos mais variados tipos de máquinas, equipamentos, e de especialistas em serviços de terraplenagem, drenagem de águas pluviais, e principalmente, de compactação asfáltica para trabalhar o trecho Macapá/Laranjal do Jari, percurso que se torna difícil para motoristas principalmente no inverno, situação de risco e com ocorrências de acidentes, por várias décadas.

 

Geograficamente, a BR-156 é considerada a grande espinha dorsal do Amapá pois corta a região de um ponto a outro, de norte a sul e de sul a norte, apresentando ramificações de estradas vicinais para municípios e comunidades circunvizinhas.

 

O início dos trabalhos deverá ocorrer no comecinho de junho com prazo de encerramento previsto para antes do final de 2021.

 

O comandante do 8º BEC, Coronel Gil Valadão Fortes, em informação a imprensa, detalhou o seguinte:

 

“Todos os meios seguem de Santarém, por via fluvial, para concentração em Macapá. Após a mobilização, os trabalhos do 8º BEC na Operação Matapi terão a finalidade de realizar a terraplanagem e pavimentação asfáltica correspondente ao Lote 4 da BR 156, entre Macapá e Laranjal do Jari, no estado do Amapá”, enfatizou o militar.

 

Notícia melhor não poderia ocorrer para os amapaenses, principalmente para a população de Laranjal do Jari e Vitória do Jari, moradores que por décadas sofrem diversos transtornos de dificuldades de acesso para chegar com segurança, e em menor tempo, ao seu destino.

A Sudam e nossos projetos essenciais

Extremamente louvável a iniciativa do estado amapaense em buscar apoio, formar parcerias, e finalmente aprovar bons projetos sustentáveis para o Amapá na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia – Sudam, braço legal de apoio a nossa Amazônia Legal.

Somente o projeto de Zoneamento Ecológico Econômico do Amapá, por exemplo, é uma velha luta e uma velha aspiração que advém desde o governo de João Alberto Capiberibe. Já a questão da regularização das terras amapaenses, com o aval legal da União, é uma luta que teve seu início e depois desenvolvimento no segundo e agora terceiro mandato de Waldez Góes. Evidentemente, em se tratando das lutas do Amapá no planalto central do Brasil, e em especial, na Sudam, nada cai de repente do céu e muito menos se consegue finalizar projetos, justamente propostas de tamanha envergadura, em curto espaço de tempo.

Ao que tudo indica, o grande foco para o Amapá é o turismo de negócio, ecológico e gastronômico, considerados por especialistas como vetores econômicos de desenvolvimento da região.

A grande proposta ou grande sacada da Sudam é exatamente ofertar incentivos fiscais a pessoas jurídicas que mantém empreendimentos em operações na Amazônia Legal. Portanto, a ideia da Sudam é reduzir a carga tributária para atrair investidores.

Financiamento para investimentos em infraestrutura, serviços públicos e empreendimentos produtivos de grande capacidade germinativa de novos negócios podem ser feitos por intermédio do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia. Existe, disponível, para este ano, através do Fundo Constitucional de Financiamento, R$ 7,5 bilhões em recursos para financiar produtores rurais, recurso que poderia muito bem ser empregado em apoio as Escolas Família Agrícolas, por exemplo, experiência de projeto comprovadamente positiva nos meios rurais.

Mister lembrar, como fator essencial, principal e fundamental, para o turismo cultural ecológico e histórico do Amapá, o seguinte:

O Sítio Arqueológico do Calçoene, Sítio Arqueológico do Maracá e Base Aérea do Amapá.

O Sítio Arqueológico do Calçoene é uma grande joia diamante histórica para o Brasil e para o mundo muito em função de suas comprovadas características, observadas por pesquisadores, pois trata-se de espaço cultural cuidadosamente organizado por inteligente civilização, com posicionamento de rochas, a fim de definir os solstícios de inverno e verão, quem sabe para colheitas, etc…

O Sítio Arqueológico do Maracá, com suas cavernas, apresenta incríveis desenhos rupestres. Dentro delas, foram encontradas diversas urnas funerárias, atualmente guardadas no Museu Joaquim Caetano da Silva, em Macapá, Estado do Amapá.

A Base Aérea do Amapá, para historiadores, é considerada como ponto estratégico de apoio e resistência dos Aliados contra o nazifascismo, durante a Segunda Grande Guerra Mundial (1938/1945), planejada e construída por americanos.

Portanto senhores, os sítios arqueológicos do Calçoene e Maracá e a Base Aérea do Amapá merecem e devem ser lembrados na mesa de discussão da Sudam como necessários espaços vitais de valorização e de divulgação do turismo cultural ecológico e histórico desta região setentrional.

O novo Hospital de Urgência e Emergência

Finalmente o Diário Oficial da União publicou nesta quinta-feira (13) Portaria da Secretaria de Patrimônio da União 5518/2021 definitivamente tratando da doação do terreno do Exército para a construção do novo Hospital de Urgência e Emergência, em Macapá.

O Senador amapaense, Davi Alcolumbre, é o responsável por essa articulação e de muito já vinha fazendo solicitações aos setores competentes do Exército a fazer a doação do terreno ao Estado do Amapá. A informação, dada ao Senador, foi diretamente feita pelo secretário de Patrimônio da União, Mauro Santana.

O grande objetivo do projeto é possibilitar amplitude na capacidade de atendimento hospitalar do estado assim garantindo melhor qualidade aos seus usuários.

 

Serviços de saúde que serão ofertados:

Atenção especializada em média e alta complexidade, com unidades funcionais de atendimento de urgência e emergência, incluindo trauma, ortopedia, cardiologia, tratamento de queimados, atendimento de clínica médica com internação pediátrica e adulta, e serviços de apoio ao diagnóstico e terapia.

A ideia do importante empreendimento já conta com a cessão definitiva de um projeto técnico de unidade hospitalar construído em Salvador, Bahia, o Hospital Municipal de Salvador, projeto gentilmente entregue por ACM Neto ao Senador Davi, em 2019, e tecnicamente visto como coerente com as nossas necessidades.

Sem dúvida alguma são duas novidades históricas que devem ser consideradas pelos amapaenses como altamente positivas para a melhoria estrutural da saúde no Amapá. A cessão definitiva de área da União Federal para a construção do que pode ser o Hospital de Urgência e Emergência, em Macapá, somada a doação de projeto técnico, condizente com nossas necessidades, inegavelmente veio em boa hora para suprir demandas crescentes na saúde.

Idealizado e edificado nos anos 70, na gestão do governador Ivanhoé Martins, ainda na fase do ex-território federal do Amapá, o Pronto Socorro Osvaldo Cruz atualmente não suporta mais a crescente demanda da população que procura seus serviços de saúde. E de pensar que ainda não chegamos a uma população de um milhão de habitantes!

Atualmente, o Estado do Amapá possui uma população que já ultrapassa a casa dos 845 mil habitantes, isso de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, em julho de 2019. A capital, Macapá, possui a maior concentração populacional, com 503.327 habitantes. Seguidamente, Santana: 121.364 habitantes, e Laranjal do Jari, 50.410 habitantes. Ano passado, eram 829.494 mil pessoas residentes no Estado do Amapá.

Percebam como gradualmente a população cresce e consequentemente cresce também as demandas por saúde, a começar pela necessidade dos serviços de pediatria a recém-nascidos, serviços de ginecologia às mães e logicamente os tão necessários serviços de atenção básica à saúde, isso, se não levarmos em consideração a pandemia de covid-19 que aterroriza a todos!

Parabéns pela efetivação de tão necessário projeto para a saúde dos amapaenses!

A CPI da Pandemia e as vidas perdidas…

Muitas famílias Brasil afora já não tem lágrimas para chorar com tantas perdas de vidas humanas, filhos, pais, irmãos, parentes, vizinhos e velhos amigos…

São vivências e convivências que se foram das nossas vidas, pessoas tão queridas, histórias por muitos contadas em meio a tanta dor e sofrimento…

A pandemia, a Era das Máscaras, marcará para sempre as nossas vidas, e nunca mais seremos os mesmos!

Mas, a grande pergunta que muitos se fazem ultimamente é:

No Brasil, muitas vidas certamente poderiam ser salvas se as medidas protocolares de higiene sanitária e de vacinas tivessem sido urgentemente e emergencialmente providenciadas e antecipadas, em todo o território nacional, a contar e mais tardar a partir de novembro ou dezembro, final do ano de 2020?

Quem responde é o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em seu depoimento à CPI da Pandemia, no Senado Federal:

“Se o Brasil tivesse comprado vacinas contra a Covid-19 em agosto, não haveria uma segunda onda. Agora, como cidadão, eu posso, sim, criticar, porque eu não vi, mesmo após eu ter saído, mesmo após eu ter visto negar uso de máscara, negar uso de higiene das mãos, negar compra de vacina, negar a questão da testagem, uma série de negações, negações, negações… Eu, como cidadão, hoje, 410 mil vidas me separam do presidente.”

Segundo o ex-ministro, o Brasil não fez nenhum lockdown e apenas tomou algumas medidas “depois do leite derramado”, isso dito por ele mesmo!

Mandetta enfatizou que o país sempre esteve muito atrás em relação a outros países assim como passos atrás do vírus.

Já Nelson Teich, sucessor de Mandetta no ministério da Saúde, declarou que pediu demissão por divergir com Bolsonaro com relação ao uso nada recomendável da cloroquina, isso logo após a Organização Mundial da Saúde decidir que o medicamento não deveria jamais ser utilizado no tratamento da covid-19. O ex-ministro falou também da falta de autonomia que não lhe fora dada para tecnicamente bem conduzir a pasta. Teich acusou o presidente de ignorar diversos alertas científicos com o seu “tradicional” negacionismo.

Durante este espaço de tempo, entre abusos e absurdos, negacionismos e negacionistas, vidas humanas se foram deixando só saudade e solidão…

Quantas vidas não poderiam ser salvas?

Vamos falar de Educação?

Nunca é demais dizer que educação superior é formação de conhecimento com construção de base acadêmica para o futuro. Portanto, o uso do bom conhecimento, sem radicalismos, extremismos, e mais ismos e ismos, obviamente conduz o bom acadêmico, em qualquer área do conhecimento humano, a boa evolução intelectual com certificação de grandes chances no mercado de trabalho.

 

Também nunca é demais lembrar aos míopes radicais de plantão que a liberdade de pensamento, de expressão, no campo das ideias, da pesquisa e da extensão é e sempre será o grande motor gerador do desenvolvimento intelectual do estudante acadêmico, isso em qualquer canto do chamado mundo livre. Necessário é reaprender com Sócrates, Platão e Confúcio e formatar um bom redirecionamento mental.

 

Numa democracia, aprender a conviver com os contrários, sem radicalismos, e respeitar as liberdades individuais e coletivas é altamente pop, bom e salutar para todos. Isso não representa fraqueza e sim bom senso e sabedoria. Saber ouvir, com sensibilidade, e se esforçar para falar usando a razão e não a desenfreada emoção ideológica, já tão ultrapassada, deve ser a pauta neste momento tão delicado que o país atravessa.

 

Desejam combater ideologias totalitárias?

 

Não mintam, não exagerem, NÃO RADICALIZEM e falem a VERDADE!

 

Historicamente, extremos de esquerda e direita nunca caíram bem e jamais se saíram bem em nenhum canto do planeta!

 

Pela educação e para a educação e fundamentalmente, geração de empregos e renda, a hora, agora, é de diálogo, bom senso e prudência, porque ESTE É O ÚNICO E MELHOR CAMINHO para o Brasil e porque não dizer para o mundo, após esta maldita pandemia passar.

 

Falar nisso, especialistas em educação comentam aquilo que vem ultimamente observando, ou seja, o quão distante estamos no quesito ensino aprendizagem em relação a outros países, isso quando falamos e debatemos sobre a precária situação do ensino superior no Brasil.

 

Segundo a pesquisadora do IBGE, Betina Fresneda, “ a entrada dos jovens no ensino superior não está compatível com os padrões internacionais. A gente tem um residual da população jovem com ensino superior relativamente baixo. Não temos um padrão compatível com o padrão internacional, apesar de já ter garantido o acesso universal na educação básica”, argumenta.

 

Betina enfatiza que as metas do Plano Nacional de Educação estabelecem para 2024 a proporção de 33% dos jovens cursando a faculdade na idade correta.

 

Nosso Brasil está entre os cinco países evidenciados com as piores taxas de pessoas com ensino superior, isso entre 45 nações analisadas. O estudo foi divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no final de 2019, antes da pandemia.

Refletindo a Inconfidência (1789/1792) e a Revolução Pernambucana (1817)

Num país onde o cansado coração do povo anseia de esperanças por dias melhores através do surgimento de verdadeiros líderes, com espírito cívico e patriótico; num país onde a inversão e a aversão aos valores legais e morais escancaram indecentes cenas da mais clara agressão a retidão, ao direito, a justiça, envolvendo sujas mãos na conivência com o crime, refletir a vida e luta de Tiradentes, a contar do ano de 1.789 a data de seu enforcamento, sentenciada no dia 18 e ocorrida em abril de 1792, assim como dos revolucionários pernambucanos do dia 6 março 1817, verdadeiramente simbolizam, de sobremaneira, a retidão, o civismo, o verdadeiro patriotismo. Eles o são, justamente, o oposto de tudo o que estamos atualmente vivendo, do avesso, do avesso, do avesso…

Do nada, inesperadamente, criam aberrações jurídicas para facilitar delitos, blindando criminosos e menosprezando vítimas, provas, filmagens, documentos, descaradamente favorecendo delituosos e a obviedade do crime. Este, tristemente e lamentavelmente, é o Brasil de hoje…

Mas, a cultura da ganância, da perfídia, dos pérfidos, dos traidores da Mãe Pátria, ah! senhores, certamente, não vem de hoje. Ela advém de tempos idos…

 

Porque a Inconfidência Mineira não vingou?

Como hoje, o direito e a retidão claramente estão no cadafalso do fracasso, a Inconfidência Mineira fracassou no dia 10 de maio de 1789 muito em função das mãos sujas de perfídia do traidor Joaquim Silvério dos Reis.

E os Silvério dos Reis da vida, da atualidade, estão lá, por lá mesmo, no planalto central do Brasil, alojados e de mãos dadas com a perfídia, renegando nossos históricos valores.

Numa época em que ser inconfidente ou revolucionário contra a coroa e o clero significava morte certa, por enforcamento ou fuzilamento, caso descoberto, hoje, tudo forçosamente faz refletir, se nós, enquanto nação livre, soberana e democrática, aqui e agora, não estaríamos deveras estáticos, desmobilizados, politicamente cercados por extremos e vícios das mais variadas matizes e nuances?

 

Percepção óbvia:

Porque mobilizações de movimentos de extrema direita e de extrema esquerda absurdamente defendem claros atentados ao estado democrático de direito, as liberdades individuais e coletivas, a livre iniciativa e ao direito de propriedade?

Logicamente, o controle totalitário sobre tudo e sobre todos historicamente sempre foi o grande objetivo final destas pérfidas correntes de pensamento.

Se a esquecida Revolução Pernambucana vingou, em 1817, contra a coroa portuguesa, embora temporariamente, inspirada nos Inconfidentes e em Tiradentes, muito se deve ao notável ideário patriótico de bravos maçons, negros e nativos. Bravos pernambucanos que não arredaram o pé e não traíram o ideal de tão significativa revolução registrada na História do Brasil.

Tiradentes, os Inconfidentes e os revolucionários pernambucanos de 1817 é e sempre serão exemplos vivos às gerações atuais e futuras. O sonho de um Brasil melhor, mais justo e solidário entre todos, com todos e para todos.

Ivo Canutti

Era um belo dia de sol, manhãs de setembro, meados dos anos 80, e lá estávamos nós, ainda muito jovens, para organizar e realizar a I Ginkana Comunitária e Filantrópica na histórica e memorável sede do Trem Desportivo Clube, local de grandes acontecimentos sociais. Lá estava também o “maduro” e irreverente jovem Gilvan Borges, em seu tradicional Jeep, papeando com a rapaziada na Praça Floriano Peixoto. Era uma turma bacana, sonhadora, cheia de ideias… Gente que sonhava transformar o mundo, e para melhor, em plena guerra fria entre Estados Unidos e a extinta União Soviética e seus satélites, como Cuba.

Penso, atualmente, que lembrar alguém querido não é necessariamente repetir sua biografia, nascimento, vida e morte, mas sim externar para a posteridade os bons e grandes momentos vividos, criados e participados por pessoas queridas.

Radialista Everaldo Dias, cantor e compositor Rambolde Campos, o Professor e desportista Marcelo Gurjão, Professor, poeta e escritor Luís Alberto Guedes, R.Peixe e ele, nosso genial Ivo Canutti, estavam lá, neste memorável e histórico momento de cultura, de fraternidade, de grande solidariedade tucuju. Foi ali que tive a honra e o prazer de conhecer o ainda jovem e já excelente intérprete, Ivo Canutti, amante de um bom samba, fã de Vinicius e Toquinho, Pixinguinha e Noel Rosa, e de todos os bambas da boa Música Popular Brasileira.

Radialista Everaldo Dias comandava o evento, com seu nato talento natural de animador, enquanto que o grande salão da sede do Trem Desportivo Clube estava muito animado, lotado de alunos de diversos estabelecimentos de ensino, professores, artistas, intelectuais da cidade. Foi o melhor evento cultural filantrópico que já tive notícia, dado o grande número voluntário de participantes, e principalmente de resultados em termos de doações de alimentos a famílias carentes. Depois, veio o MOAP, o Movimento Artístico Popular do Amapá, em 1984, sob a liderança de Raimundo Braga de Almeida/R.Peixe, anualmente realizado na Praça da Bandeira. Após a Ginkana, toda a turma abraçou o MOAP, palco revelador de grandes talentos para o jornalismo, rádio, poesia, música, teatro, artes plásticas, escultura, artesanato, dança. No MOAP, Ivo mais uma vez mostra no palco, para o público, todo o seu inegável talento. Estava então em ebulição uma química internalizada dentro de uma grande estrela nascida para brilhar, quer seja na música, no jornalismo ou no rádio.

E brilhou muito!

Em dezembro de 2001, ainda persistentes na filantropia, na solidariedade humana, novamente, nossos caminhos se cruzam, desta vez para solidificar e colocar em prática o projeto intitulado Natal Solidário, Faça Uma Família Feliz, tudo formatado na cabeça do Ivo!

E não mais que de repente, surgiu um nome, inspirado no bom, velho e saudoso MOAP:

MOVIMENTO CULTURAL POPULAR!

E lá fomos nós, percorrer o comércio e ruas de Macapá para recolhimento de donativos diversos tais como roupas, brinquedos e alimentos. Houve momentos em que as caminhadas eram longas, longas horas, e em certo dia, no bairro do Congós, não apareceu ninguém, justamente os voluntários, somente eu e Ivo e o motorista do caminhão de som. Ele, chateado, após muito esperar, falou:

– Cadê o povo!? Falta de solidariedade porra!

Olhei para ele e disse:

– Cara, estamos aqui! Não vou te abandonar!

O Homem lá em cima tudo vê!

Ele olhou, sorriu, olhou para o alto e disse:

– Vamos lá! Nós começamos e temos de terminar!

No final, manhã do dia 19 de dezembro, a rua Mário Cruz, frente a Igreja Matriz de São José de Macapá (1761), foi fechada para a entrega dos donativos que ficaram sob a responsabilidade do Lions e do Rotary Club. Houve show artístico com a participação de músicos amapaenses, poetas, marabaixo, carnaval, etc.

ESSE, ERA O IVO CANUTTI!