Wellington Silva

A CPI da Pandemia e seu relatório: Face, verdade, dor dos sobreviventes e o que virá…

A CPI da Pandemia encerrou seus trabalhos de investigação, apuração, relatos e provas nesta terça-feira, 26 de outubro de 2021, compondo um robusto documento com 1. 299 mil páginas intitulado Relatório Final da CPI da Pandemia. O referido documento, solicitando 80 indiciamentos, já foi entregue a Procuradoria Geral da República, Tribunal de Contas da União e Supremo Tribunal Federal-STF para as urgentes providências legais que cada aberração e cada caso absurdo requer.

 

Os comoventes e marcantes depoimentos de sobreviventes da covid-19, relatados na histórica sessão da CPI da Pandemia do dia 18 de outubro de 2021, certamente causou, em todos nós, um grande nó na garganta e um forte aperto no coração. São relatos de dor, desespero e abandono, vítimas de um estado que absurdamente insiste em ser negacionista, contrário a ciência e aos necessários cuidados preventivos do uso de máscara, isolamento e distanciamento social.

 

O líder da ONG carioca, Rio da Paz, Antônio Carlos Costa, assim se manifestou, para que jamais esqueçamos o absurdo que estamos vivendo: “Temos subido e descido morro levando cesta básica. Tivemos que ir às ruas para pedir para aquele que ocupa o mais alto posto que trate a população com respeito e dignidade. O que vimos foi a antítese de tudo que se esperava de um presidente. Não soubemos de favela que tenha visitado ou hospital que tenha se dirigido aos profissionais de saúde. Em dias de fome, doença, morte e luto, em vez de cuidar do povo que o elegeu, se dedicou a defender seu mandato. Faço questão de ressaltar sua impressionante falta de empatia para que nunca mais sejamos governados dessa maneira por quem quer que seja”.

 

Os casos são tão graves, de tudo o que foi minuciosamente apurado na CPI da Pandemia, que já não cabe qualquer argumentação de cunho ideológico, vitimização, calúnia, injúria e muito menos difamação.

 

E realmente, convenhamos, existe um grande abismo de diferença entre liberdade de expressão e absurdas e loucas expressões de indução ao crime, ao genocídio coletivo. Portanto, explorar e abusar a falta de conhecimento ou fé das pessoas com a tal imunidade de rebanho, descaradamente agindo como se seres humanos fossem ratos em experiência laboratorial, inegavelmente, é considerado CRIME GRAVE em qualquer parte do mundo.

 

O depoente Marco Antônio assim desabafou na plenária da CPI da Pandemia:

 

“Daria a minha vida para meu filho ter chance de ser vacinado. Quero entender porque lutar contra máscara e vacina. Eu daria tudo para meu filho ter essa chance. Naquele dia, na Praia de Copacabana, parecia que meu filho era culpado por ter morrido de covid. Começaram a agredir me chamando de comunista. Ele não é um número! Estou aqui porque tive oportunidade de tomar vacina”!

 

Marco Antônio, no dia em que foi agredido na Praia de Copacabana, simplesmente estava recolocando de volta as cruzes enterradas na areia que simbolizavam as vítimas da covid, infelizmente derrubadas por fanáticos radicais.

 

Diversos são os crimes tipificados pela CPI da Pandemia a várias autoridades públicas, do presidente a ministros de estado, secretários, assim como assessores, colaboradores diretos ou indiretos, empresários e fornecedores. Incitações ao crime, charlatanismo, crimes contra a humanidade, perigo para a vida ou saúde de outrem, epidemia com resultado de morte, infração de medida sanitária preventiva, omissão de notificação de doença, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, uso de documento falso, emprego irregular de verbas ou rendas públicas, corrupção passiva, prevaricação, usurpação de função pública, corrupção ativa, advocacia administrativa, fraude em licitação ou contrato, fraude processual, são as citações apensadas no relatório pelo renomado jurista, o Prof. Dr. Miguel Reale Jr.

O Amapá e a bioeconomia

O 24º Fórum de Governadores da Amazônia Legal, ocorrido nesta segunda-feira (18) em Belém do Pará, com a participação de nove governadores, é um marco histórico definitivo para a região Norte ao defender os fundamentos do correto caminho da sustentabilidade ambiental.

 

Nunca é demais lembrar que o Estado do Amapá de muito merece reconhecimento nacional e internacional por ser a região mais bem preservada do Brasil e uma das mais bem cuidadas do planeta, observação feita por amapaenses desde a Eco-92.

 

Para quem não lembra, a Eco-92 foi a primeira Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada aqui mesmo, no Brasil, no Rio de Janeiro, no período de 3 a 14 de junho de 1992.

 

Inicialmente o grande defensor da política de desenvolvimento sustentável no Amapá foi João Alberto Capiberibe, prefeito da cidade de Macapá no período de 1989 a 1992 e governador desta região no período de 1995 a 2002.

 

Hoje, o histórico pacto de governadores da Amazônia Legal, firmado em documento, no formato de Acordo de Cooperação, tem o objetivo de fomentar a chamada bioeconomia amazônica através da liberação de recursos para os arranjos produtivos locais ou cadeias produtivas. A grande sacada proposta é justamente usar as novas tecnologias disponíveis para a criação de serviços e produtos sustentáveis, com selo de qualidade, tais como alimentos, biocombustíveis, madeira certificada, medicamentos, etc…

 

Considerado um dos maiores entusiastas do tema, o governador Waldez Góes levanta uma bandeira tão urgente e necessária nestes tempos sombrios de pandemia, negacionismos e negacionistas, e principalmente em tempos de absurdas insanidades humanas praticadas contra o meio ambiente não só no Brasil como no mundo, no particular e no geral.

 

Outro documento, de fundamental importância, devidamente assinado pelos governadores, é o memorando de entendimento à cooperação alemã-GIZ e emergente/LEAF Coalition, uma união de forças mundiais que reúne Estados Unidos, Reino Unido e Noruega. A finalidade desta união internacional é oferecer financiamentos para projetos de combate ao desmatamento assim como a projetos focados na questão sustentável da conservação do meio ambiente. A assinatura do termo de cooperação técnica com as instituições deverá ocorrer na Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP-26), importante evento a ocorrer em novembro, na Escócia.

 

Todos esperamos que finalmente, ao final e ao cabo, o Amapá seja devidamente reconhecido, valorizado e respeitado, ocupando o lugar de destaque que certamente lhe compete aos olhos e ouvidos da comunidade mundial.

 

Que assim seja!

Estamos sós no Universo?

Durante este preocupante período de pandemia e de irresponsáveis provocações de incêndios florestais, aquecimento global, graves danos ao meio ambiente, caos epidêmico nos hospitais e fome, cada vez mais pessoas no mundo tem avistado ou mantido contato com seres e Objetos Voadores não Identificados.

Estamos sós no universo?

A History, no canal You Tube, dispõe de interessante documentário sobre a incrível missão da Apolo 17 a Lua com depoimentos reveladores de pessoas envolvidas na missão. Grandes, avançadas e incríveis estruturas de engenharia de uma civilização avançada estão lá, na Lua, ocultadas da humanidade, assim como uma grande nave espacial que ultrapassa nosso míope conhecimento tecnológico sobre como viajar no espaço, na velocidade da luz. E aliás, de muito tempo os tais Objetos Voadores não Identificados estão sendo avistados aqui na Terra.

Seria muita pretensão de qualquer pretencioso mortal considerar que somente nós, seres humanos tão imperfeitos e cheios de defeitos, sermos os únicos seres inteligentes em estágio de evolução moral a habitar esta vasta imensidão do universo. Ainda estamos apegados a dogmas e tristemente achamo-nos superiores como se fossemos os “donos do universo”. E olha que nossa galáxia é apenas um grão de areia se a compararmos a inimaginável dimensão do universo.

Já faz algum tempo que as pesquisas e estudos comparativos chegaram a evidente conclusão a respeito da inegável existência de outras galáxias e consequentemente, da grande hipótese de vida inteligente em outros mundos. Basta ver e entender, com os olhos de ver, os hieróglifos egípcios, as mensagens sumérias, maias e astecas, por exemplo. Iremos verificar que todas elas, coincidentemente, fazem grandes referências ao celeste e ao espacial, citando justamente a vinda de viajantes das estrelas, visitantes que disseminaram uma cultura superior a estas civilizações.

A página 73, da antológica obra Os Exilados de Capela, de Edgard Armond, com mais de 300 mil exemplares vendidos, em sua 4ª edição, 5ª reimpressão (fevereiro/2014), narra sobre a tradição religiosa dos hindus. A genial escritora H.P. Blavatsky revela a narrativa:

– Seres gloriosos, aos quais seu aspecto brilhante valeu o título de Filhos do Fogo, constituem uma Ordem Sublime entre os Filhos de Manas. Eles tomaram sua habitação sobre a Terra como instrutores divinos da jovem humanidade”.

Percebam um conceito original do puro antigo egípcio a englobar as seguintes ideias: Verdade, justiça, harmonia e retidão moral:

Ma’at-neb-men-aa, ma’at-ba-aa

Para pesquisadores, seu significado é:

Grande é o Mestre da Retidão, Grande é o espírito da Retidão.

O grande ufólogo Giorgio Tsoukalos, considerado uma celebridade mundial, indaga o seguinte:

“As pessoas religiosas dizem que somos os únicos no universo e que Deus nos criou e que somos os melhores. Fantástico! Mas o que é tão grande quanto Deus para ter apenas uma espécie e um planeta com vida na vastidão do universo? A comprovação de vidas em outros planetas faz de Deus ainda mais magnífico se não estivermos sozinhos”.

Ao longo da história, milhares e milhares de pessoas já tiveram contato extraterrestre. São civis, marinheiros, soldados e pilotos da força aérea, de vários cantos do planeta. Cada qual tem a sua história, o seu relato, a sua verdade, muitas, convergindo como experiências bem similares. Negar tais fatos, relatos, documentos, fotos e vídeos comprobatórios não parece o mesmo que tentar tapar o sol com a peneira e ignorar o óbvio, a respeito da existência de vida em outros planetas?

Estamos sós no universo?

 

S.O.S. Mãe Natureza!

Se algo não for de imediato feito pela humanidade para debelar as queimadas, devastações ambientais, poluições no ar, nos rios, nascentes, mares e oceanos, em curto ou médio prazo todos drasticamente sentiremos e sofreremos, anualmente e aos poucos, consideráveis alterações no clima com impacto direto no nível de oxigênio e na temperatura ambiental das cidades. E então, como a Mãe Terra, como a Mãe Natureza, sofreremos e morreremos aos poucos, loucos, atônitos, porque não tivemos tempo em nosso tão temporal tempo de cuidar devidamente da saúde do planeta.

A mesquinhez de vida do mundo material, no corre-corre do dia a dia por mais lucro, fechamento de novos negócios, novos ganhos e grandes articulações políticas, nunca deram ou pouco permitiram lugar a ocupar tempo com questões ambientais, embora de muito a Mãe Terra esteja pedindo S.O.S. socorro. E se, por uma desgraça no porvir, os cálculos de pesquisadores, cientistas, se tornarem fator real e concreto, caso governos cruzem os braços, em breve futuro não haverá mais lágrimas para chorar! Os que anualmente sobreviverem amaldiçoarão a todos e a si mesmos, pedindo perdão a Deus, ao Sagrado, por tamanha desgraça causada ao mundo. E o eco do grito não será escutado, o lamento não será atendido, porque nas profecias, em Genesis, Capítulo I, justamente narra todo o processo Divino da Criação, no presente sendo desgraçadamente destruído pelo homem predador.

Estou sendo fatalista, eco sensacionalista?

Tenho a mais perfeita e absoluta convicção que não, isso se todos tomarem conhecimento sobre o que cientistas ultimamente andam dizendo sobre o clima, meio ambiente, biodiversidade, humanidade, saúde e sobrevivência do planeta Terra e de seus habitantes.

Mas, a grande questão do momento é:

Porque a Ciência Climática é a grande chave para proteger as pessoas e o planeta?

Porque ela vem se mostrando altamente urgente e necessária para entendermos o que vem ultimamente ocorrendo com o clima, aquecimento global. Ela nos dá a exata dimensão técnica de como a ação humana vem produzindo poluição e eventos climáticos extremos, nestes últimos anos.

O Relatório Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas, composto por 234 autores e 14 mil artigos científicos, é o documento mais robusto e sério ultimamente produzido por cientistas e representantes de 195 países.

Seria tarde demais para que uma eficaz ação humana retarde o lamentável caminho das preocupantes mudanças climáticas?

Para o grupo de cientistas, não, mas, alertam sobre a fundamental importância em recuperar o tempo perdido com governos disponibilizando financiamentos em planos, programas, projetos e ações sustentáveis, unindo agendas mundiais em torno do clima, da saúde do meio ambiente.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem a função de avaliar a ciência relacionada às mudanças climáticas. Foi criado em 1988 para fornecer aos líderes mundiais avaliações técnico científicas sobre mudanças climáticas, implicações e riscos, e propor estratégias. Possui 195 estados membros.

Fernando Lourenço: A saga de um sertanejo na Amazônia Legal

O Prefeito de Calçoene, Reinaldo Barros, com o apoio da edilidade local, resolveu justamente homenagear o garimpeiro Fernando Lourenço nominando a praça do Distrito do Lourenço com o seu nome.

Mas, quem foi, afinal de contas, Fernando Lourenço da Silva?

Um nome, um homem, uma história, uma lenda!

Ele foi como um verdadeiro e destemido bandeirante nordestino, em plena Amazônia Legal, mestre garimpeiro desbravador do Vila Nova e Cassiporé, Amapá, ponto norte setentrional do Brasil.

 

Duras aventuras

Aos 26 anos, aqui chega nesta insulada terra, em 1938, ano em que a chamada “volante” cerca e mata Lampião e seu bando. Nesta época, a região amapaense ainda pertencia ao Pará. Meses antes, em Campina Grande, Paraíba, sua terra natal, já ouvira diversas histórias sobre o Amapá, Cabralzinho e o ouro do Calçoene. E então, intuitivamente e inesperadamente, reúne economias e resolve arriscar tudo, e vir para o Amapá. Em Macapá, compra o básico para sua sobrevivência e depois, embrenha-se nas matas. Atravessa rios e cachoeiras e muitas vezes sofre sozinho e dorme ao relento.

Os anos seguintes seriam de uma busca inglória por ouro, sem muito sucesso, embora tivesse um incrível faro para descobrir veios auríferos. Até que, a partir de 1942/1943 em diante, a sorte começa a sorrir para ele, a alterar caminhos. Logo, consegue encontrar um pouco do precioso minério. Sua humilde residência, inicialmente, era próxima ao Mercado Central de Macapá.

 

O encontro com Janary e a chegada das famílias

Em 1943, meses após assumir o cargo de primeiro governador do território federal do Amapá, Janary Gentil Nunes já ouvira falar de Fernando Lourenço e suas incríveis façanhas no Vila Nova e em Calçoene, rio Cassiporé. Sabedor de sua coragem e grande capacidade de liderança, o governador imediatamente manda chamá-lo em seu gabinete para conversar. Assim começa, entre ambos, uma sólida, duradoura e respeitosa amizade. Chegando ao Palácio do Governo, um pouco assustado, “seu Fernando”, como era chamado por todos, imediatamente percebe o grau de responsabilidade que o governador lhe pedira, em seu gabinete:

Trazer famílias, gente de responsabilidade do sertão nordestino para trabalhar em território amapaense. O navio Taimbé, da gloriosa Marinha de Guerra do Brasil, foi a nau encarregada de trazer estas famílias para o Amapá, em plena Segunda Guerra Mundial. Após longas horas de viagem, inicialmente, pelo litoral nordestino, sem poder acender lamparina ou candeeiro, por causa de submarinos nazistas, o navio aporta em Fortaleza, Ceará, onde todos são vacinados contra febre amarela. A próxima parada, com navegação pelo litoral norte, seria em Belém do Pará para depois e finalmente o navio aportar com segurança em Macapá. Na insulada região macapaense aqui chegam, em 1943, a esposa, Maria Severina da Silva e os filhos João Lourenço (9 anos), José Lourenço (7 anos), Francisca (4 anos), Luzia (3 anos), a família Barreto e os sertanejos Ataíde e Bibi, pai da educadora amapaense, minha grande mestra, professora Ivanilde Lacerda.

Anos depois, em solo amapaense, nasceriam as filhas do casal Fernando & Maria, Maria Nazaré Lourenço da Silva (in memorian, vítima de malária), Alzira Lourenço da Silva (Alzira Lourenço da Silva Ramos), Irene Lourenço da Silva (in memorian), Teresinha Lourenço da Silva (Teresinha Lourenço Semblano Oliveira) e Geni Lourenço da Silva (in memorian) (Geni Lourenço Rodrigues). Milene Lourenço (filha de criação).

Os primeiros netos foram Solange Lourenço, Maria Betânia, Wellington Silva e Núbia Soraia.

 

Progresso, sociedades, e mais lutas…

No dia 19 de novembro de 1948 Fernando Lourenço compra um dos seus primeiros imóveis, situado em Macapá, na Avenida Presidente Vargas, 826, bairro central, documento registrado em cartório pelo histórico tabelião de notas, Jaci Barata Jucá, assim como na prefeitura, pelo grande pioneiro da administração pública municipal de Macapá, Heitor Picanço. Tempos depois o mestre da garimpagem compraria nada mais e nada menos que 28 terrenos, em sua boa parte, localizados no centro da cidade de Macapá. Chegou a fazer promissora sociedade com o pai do Dr. Ribamar, Guilherme, residentes que eram onde hoje funciona o Restaurante Sarney, assim como com o Sr. Evaldo Cavalcanti. Décadas depois, em 1969, na promissora área de garimpo, próxima do rio Vila Nova, é visitado por sua filha, Luzia, primeira mulher a adentrar área de garimpagem, acompanhada de seu esposo, João Bosco Nogueira Lima. Aos 29 anos, com indenização recebida das Casas Pernambucanas, por oito anos de trabalho, Luzia resolve apoiar o pai e viaja com o marido a Belém do Pará para efetuar a compra de maquinário. Objetivo: Facilitar e agilizar o processo de moagem de pedras para posterior seleção de ouro, cassiterita e tantalita. Infelizmente, o equipamento é comprado errado! O estabelecimento comercial vende uma máquina para moer ostras, de 24 martelos, situação que culminou em grande desgaste ao maquinário, vez por outra tendo de fabricar martelos, em Macapá. Tia Luzia, como é carinhosamente chamada, até hoje lembra da grande dificuldade existente, na época, de se chegar as áreas de garimpo de Fernando Lourenço, no Vila Nova, e Cassiporé:

“ Após horas de carro em estrada de chão tínhamos de atravessar cachoeiras e segurar em cipós pela beira de rios e corredeiras para finalmente chegar as áreas de garimpo de papai. Houve um momento que meu irmão, José Lourenço, por muito pouco não morreu. A “rabetinha”, desgovernada em função da grande força da correnteza, o jogou para fora da pequena embarcação! Ele foi pego e puxado pelo cabelo! Foi por muito pouco”! Relembra, emocionada.

Nos anos 60 Fernando Lourenço já gozava de grande crédito no Banco do Brasil e de profundo respeito de parte da Receita Federal. O imóvel onde hoje residem os advogados e netos Ageu e Virgílio Lourenço, localizado ao lado do Boticário, centro de Macapá, por muito tempo funcionou, alugado, o escritório da CEA e depois do Banco da Amazônia (anos 50/60). Seu procurador legal e de ofício foi o Dr. Hildemar Maia, vizinho da família, por longos anos, residente na Avenida Presidente Getúlio Vargas.

 

Nascimento e falecimento

Fernando Lourenço da Silva nasceu no dia 30 de maio de 1907, em Campina Grande, Paraíba. Aos 07 anos, junto com 9 irmãos, perde prematuramente seus pais Manoel Lourenço da Silva e Joaquina Maria Assunção, vítimas da gripe espanhola, fato que marcou profundamente sua vida. Faleceu aos 64 anos, às 20:04 hs do dia 01 de julho de 1971, em Macapá, no Hospital Geral de Macapá, vítima de cirrose hepática, tendo sido sepultado no cemitério Nossa Senhora da Conceição, localizado no centro da cidade de Macapá.

O teatro do absurdo na ONU

Se Antonin Artoud (1896-1948) tivesse nascido na data de seu falecimento e ainda estivesse vivo com certeza teria um script prontinho como formato ideal para o seu teatro do absurdo ou da crueldade:

Bolsonaro na ONU!

E nós, brasileiros, quão desolada e boquiaberta plateia, altamente corada de vergonha perante o mundo, vítimas da tragédia anunciada de uma insensatez verbal, impulsiva, fora da razão, completamente fora de esquadro, assistimos à representação nacional do Brasil na ONU como um teatro do absurdo.

O presidente falou na ONU de um país que com certeza não é o Brasil. Pode até ser o imaginário ou a concepção daquilo que absurdamente ele e seus seguidores acham que deve ser dito, mas, em verdade, as provas, documentos, dados científicos e estatísticos, mostram que o “discurso” não é o espelho de nosso sofrido Brasil varonil.

A CPI da Pandemia já apresentou diversas provas através de documentos, escutas telefônicas, testemunhos, confrontação de dados, etc, evidenciando o grau de corrupção e de total falta de respeito com a vida humana a que autoridades do Planalto Central do Brasil já chegaram. E neste “andor” de denúncias, apurações, comprovações, cada vez mais se avolumam fatos, investigações, análise de documentos e depoimentos, etc. E ainda existem fatos outros a serem apurados!

Mas, o que mais deixou boquiaberta a plateia de líderes mundiais, a imprensa mundial e nacional, e brasileiros, no geral, foi o fato de Bolsonaro, como negacionista “implícito e explícito”, insistir em sua absurda fala, e desta vez na ONU, a condenar o isolamento e o distanciamento social decretado por governadores durante a pandemia e defender o uso da tal cloroquina para a Covid-19, medicação nada recomendável pela Organização Mundial da Saúde.

E, como se não bastasse tudo isso, Bolsonaro condenou e se mostrou contra o chamado Passaporte Covid, documento a atestar que o usuário é saudável e obviamente não é um agente de contaminação.

Os incendiários aquecedores do clima, destruidores de florestas, matas, dos animais, áreas de cerrado, precisam e devem ser rigorosamente punidos não só no Brasil como no resto do mundo. Portanto, urge que a Organização das Nações Unidas tome medidas drásticas, severas, contra todos os incendiários aquecedores do clima, destruidores de florestas e de animais, e os poluidores de rios e nascentes.

Hoje, todos bem sabemos e temos clara consciência de que o único caminho racional para a conservação do meio ambiente, no mundo, é o desenvolvimento sustentável, lógico, racional, do meio ambiente. Se assim não for feito, e se logo não criarem ou colocarem em prática rígidas normas jurídicas regionais e mundiais em defesa do meio ambiente, da biodiversidade, em pouco tempo e em muito diminuirão as florestas, matas virgens, rios, nascentes e animais. Evidentemente ocorrerá o aquecimento anual do clima. A poluição anual crescente de rios e nascentes fatalmente levará a miséria e a graves problemas de saúde diversas comunidades tradicionais e ribeirinhas. Será um caos ambiental e social!

Enquanto isso, no Brasil, diante de todos os fatos e provas apresentadas pela CPI da Pandemia, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, mostra-se cada vez mais inclinado a apoiar o impedimento do presidente, assim como parte considerável do Senado Federal.

Ninguém aguenta mais este teatro do absurdo!

Os absurdos do Tolentino, fakeadas e o Parecer de Miguel Reale Júnior

Quando a gente pensa que já viu de tudo neste mundo de meu Deus, novamente, e mais uma vez, o teatro do absurdo institucionalizado é desnudado pela CPI da Pandemia a revelar fatos inadmissíveis aos olhos e ouvidos dos brasileiros.

Hoje, qualquer relação com o teatro do absurdo ou da crueldade, de Antonin Artoud (1896-1948), não é mais mera coincidência por aqui. Afinal de contas, os protagonistas da desgraça, nos seus mais variados sentidos, não se importam e nunca se importaram com a saúde, com a sobrevivência, com a vida das pessoas deste país.

Pois bem!

De acordo com a CPI da Pandemia, o “pseudo” banco que não é e nunca foi banco, denominado FIB Bank, “real society” formado por “laranjas”, realmente parece ser o autor da emissão de uma carta-fiança no valor de R$ 80,7 milhões para a compra da vacina Covaxin, contrato fechado e firmado com a empresa Precisa Medicamentos.

A grande questão é porque a Precisa Medicamentos contratou ou deu preferência ao FIB Bank, que não é e nunca foi banco, em detrimento a bancos credenciados e com larga experiência no mercado, e pagou 96% do valor global de R$ 80,7 milhões?

E teria o FIB Bank o tal capital disponível?

A resposta ou as respostas estão com o Senhor Tolentino, ele que na CPI da Covid reiteradas vezes disse “prefiro ficar em silêncio”. Mas, seu silêncio durou pouco no momento em que membros da CPI, entre eles o Senador Randolfe Rodrigues e Humberto Costa, apresentaram provas de seu envolvimento em diversas transações, os primeiros encontros, etc e tal…

Para quem assistiu, ficou muito claro o nível de corrupção e de irresponsabilidade a que autoridades do Palácio Central do Brasil chegaram. O mais engraçado de tudo é que Tolentino cita como endereço residencial a cidade de Macapá, bairro Santa Rita, avenida Duque de Caxias, fato citado pelo Senador Randolfe. A residência é um imóvel abandonado, completamente tomado pelo mato.

Portanto, atualizando os dados, temos um reverendo como intermediador neste processo altamente comprometedor da compra da vacina Covaxin e agora um banco que nunca foi banco com seus proprietários, sócios ou sei lá o que, tipo um clã familiar, não assumido por Tolentino, mas apenas “em silêncio”, como escárnio a todos.

Outro absurdo é a chamada Medida Provisória das Fake News que, graças a lucidez e o bom senso do Senado Federal, foi devolvida ao seu autor de origem, o Presidente da República. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, alegou inconstitucionalidade da matéria, insegurança jurídica, etc. Isso, para dizer o mínimo do absurdo que a matéria trata e resultaria, numa grande porteira aberta a ataques de extremistas, racistas, grupos radicais religiosos e gente preconceituosa e altamente insensata.

Para finalizar, os últimos absurdos são justamente os chamados crimes comuns e de responsabilidade praticados por Bolsonaro e subordinados durante a pandemia, todos eles elencados em um bem elaborado parecer jurídico construído por um grupo de advogados, liderados pelo renomado jurista e ex-ministro da Justiça, o Prof. Dr. Miguel Reale Júnior. O documento, com 226 páginas, dividido em cinco capítulos, será entregue à CPI da Pandemia. O parecer evidencia o grau de gravidade de desrespeito aos direitos humanos, a vida humana, crimes contra a saúde e a administração pública, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, corrupção passiva, prevaricação, etc.

Muda Brasil!

O fuzil, a educação, vacina no braço, feijão, legumes e farinha no prato

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, outrora apoiador de Bolsonaro, entre tantos outros que já pularam fora do barco bolsonarista, recentemente afirmou à imprensa nacional que o Chefe da Nação Brasil “se colocou numa sinuca de bico e cometerá crime de responsabilidade se avançar o sinal”.

Ocorre que a “insolença” não só já avançou o sinal vermelho e quebrou semáforos, por diversas vezes, como também, e por diversas vezes, já cuspiu e vomitou na Constituição da República Federativa do Brasil em suas falas ou narrativas passadas e presentes, como a ocorrida na manifestação de 7 de setembro. Entre suas absurdas e repetidas falas está a de sempre condenar o isolamento e o distanciamento social, chegando inclusive a considerar tais medidas como atos cerceadores do direito de ir e vir das pessoas, isso, como se tais atos não fossem medidas sanitárias extremamente urgentes e necessárias para o mundo e em todo o mundo.

Historicamente comparando, embora os atos finais da justiça brasileira fossem necessários, por muito bem menos disso Dilma Rousseff foi impedida e Lula foi julgado e preso.

O jurista e presidente do Instituto Giovanni Falcone de Ciências Criminais, Walter Maierovicth, comparou Bolsonaro ao Rei Sol, Luís XIV, da França, que sempre dizia o seguinte:

– Eu sou o Estado!

Hoje, vemos um agitador extremista ao extremo!

O ex-ministro, historiador, jurista e diplomata Rubens Ricupero, 83 anos, recentemente afirmou a imprensa nacional que “ não há nenhum governante mais odiado no mundo que Bolsonaro”, afirmando nunca ter visto uma imagem externa do país tão desgastada, enlameada.

“ A reputação do Brasil virou vergonha mundial”, disse Rubens Ricupero.

Além da vergonha nacional e mundial, negacionismos, e dos atuais atos e falas antidemocráticas, o Brasil atualmente enfrenta preocupante índice de desemprego, registrando no trimestre 14,8 milhões de desocupados (Fonte: IBGE).

Já registramos uma inflação de 8,35% em 12 meses!

A inflação, acumulada em 12 meses, é a maior, desde setembro de 2016. A grande indutora inflacionária foi a energia elétrica. Mas, aos olhos desapercebidos da loucura bolsonarista, a carne, alimentos, combustíveis, materiais de construção, tudo está absurdamente muito mais caro, como mais caro e incontrolável está o dólar.

Estaria nossa política econômica no rumo certo ou no rumo errado, como ocorreu no Chile?

As projeções do Mapa da Fome apontam que quase 10% da população brasileira está subalimentada, e ainda querem falar de fuzil, da importância da elite bolsonarista adquirir um fuzil.

Estaremos vivendo uma era de loucura?

Estaria a razão rumo ao cadafalso ou a caminho da masmorra?

Com certeza, a grande maioria da população brasileira prefere a educação, vacina no braço e feijão com legumes e farinha no prato, do que um fuzil.

Que Brasil queremos?

Caro leitor e eleitor, que Brasil queremos?

Que tal um Brasil onde qualquer candidato (a) a cargo eletivo tenha por obrigatoriedade apresentar certidões cível e criminal e de protestos e títulos e seja comprovadamente idôneo no seio da sociedade em que vive. Que tenha formação superior e seja comprometido com todos os anseios sociais de melhorias da qualidade de vida de seu povo. Que seja reto no pensar e no agir e saiba ouvir mais do que falar besteiras e destilar falsas promessas que nunca irão se cumprir. Que seja fraterno, humanista, e acima de tudo olhe a todos e trate a todos de forma igualitária, porque, afinal de contas, como bem teoriza nossa Carta Magna, todos são iguais perante a lei sem distinção de cor, raça, credo e condição social.

Quando eleito, que cumpra as boas regras da ética, da moralidade, do bom trato a coisa pública, do respeito à causa pública e a coisa pública, atividades públicas que nada mais são do que atos de bem servir a sociedade em que se vive. Então senhores, que se cumpra fielmente a Constituição da República Federativa do Brasil, que diz textualmente o seguinte em seu Título I, dos Princípios Fundamentais, em seu Art.1º:

A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. O Parágrafo único desse artigo enfatiza que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

O Art.3º, Título I, que trata Dos Princípios Fundamentais, diz:

Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

O texto é perfeito, mas ainda bem distante de nossa triste realidade. A estatística direta já aponta 14,761 milhões de desocupados (Fonte: IBGE, julho 2021).
Diariamente assistimos na televisão, na CPI da Pandemia, atores políticos e empresários acusados e investigados pela justiça por corrupção ativa ou passiva. Esses atores compõe o grande elenco de um mar de lama de corrupção em que meteram este País.

O Capítulo II, que trata dos Direitos Sociais, diz textualmente o seguinte em seu artigo 6º:

São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Tudo é muito bonito, é muito lindo, se o livrinho constitucional fosse rigorosamente cumprido. Enquanto isso, poucos sacrificam e subjugam a tantos por esperteza, perversidade, poder, tal qual os negacionistas.

Agora, não é hora de se lamentar!

Em 2022, a eleição para presidente, governador, senador, deputado federal e estadual baterão novamente à sua porta!

Temos de nos conscientizar e transformar o que é necessário transformar, na urna eleitoral, a começar nos bairros, escolas, universidades, faculdades e espaços públicos de debate.

Assim se manifestou Albert Einstein, em 1940, em sua carta a Morris Raphael Cohen:

Grandes espíritos sempre encontraram violenta oposição de mentes medíocres. A mente medíocre é incapaz de compreender o homem que se recusa a se curvar cegamente aos preconceitos convencionais e escolhe expressar suas opiniões com coragem e honestidade.

Refletir é preciso!

Parem com as queimadas!

Novamente, faço a mesma pergunta que fiz ano passado neste espaço democrático de pensamento e expressão:

Quem são os incendiários!?

Esta é a principal pergunta e a principal informação que a sociedade brasileira deseja saber sobre os terríveis focos de incêndio ultimamente ocorridos no Brasil.

Especialistas tecnicamente apontam e argumentam o que muita gente já sabe, mundo afora:

Uma parte dos incêndios ocorridos nas matas e florestas do Brasil e mundo afora obviamente e naturalmente não são originados por ondas de calor e sim através da ação perversa do homem, incêndios certamente potencializados pelas ondas naturais de calor, mas provocados pela irresponsável ação humana!

Quem são estes incendiários!?

Tenho quase certeza que alguns agentes de fiscalização e brigadistas de combate a incêndios, no Brasil, sabem perfeitamente quem são os tais incendiários!

Os órgãos de investigação e de justiça do Brasil tem o dever em dar uma resposta a este ato cruel e desumano com a fauna e flora brasileira.

São grandes e preocupantes os graves danos causados ao meio ambiente por conta dos incêndios, principalmente na Amazônia.

Em 3 décadas, as queimadas já atingiram quase 20% do território brasileiro, período entre 1985 e 2020. O total de área queimada no Brasil, compreendido o referido período (1985/2020) já é superior a 1,6 milhão de quilômetros quadrados, revela a MapBiomas.

As áreas de cerrado e a Floresta Amazônica terrivelmente sofreram uma concentração de 85% de área atingida pelo fogo. Mais da metade dos incêndios ocorrem justamente em áreas de vegetação nativa.

Ocorre que estudos revelam ocorrências de incidências ou provocações de fogo justamente em propriedades privadas, fatos e atos muito corriqueiros na Amazônia, por exemplo, onde o fogo raramente ocorre de forma natural.

E qual o impacto real disso tudo?

Mais seca, mais ar quente, aumento de temperatura e morte de animais inocentes.

Apenas para estudo comparativo, em todo o território nacional brasileiro o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe já chegou a registrar um total de 1.105.886 focos de queimadas. A Amazônia é sempre o bioma mais prejudicado, com 661.890 queimadas, o que representa 59,9% do total. Em seguida, estão áreas de Cerrado (18,6%), Pantanal (15,8%), Mata Atlântica (3,9%), Caatinga (1,4%) e Pampa (0,3%).

Afinal de contas, quem são estes incendiários!?

Por favor, parem com as queimadas!