Heraldo Almeida

MinC financiou 2.896 projetos culturais em 2015

Em 2015, até a data de hoje (23 de dezembro), 2.896 cidadãos do Brasil fizeram doações a projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC) para captação de recursos de renúncia fiscal via Lei Rouanet. Oriundos de todas as regiões do país, os recursos disponibilizados por pessoas físicas somam mais de R$ 14 milhões neste ano, apoiando a realização de atividades dos diversos segmentos culturais, selecionadas pelos próprios doadores. Assim como pessoas jurídicas, o indivíduo que faz declaração no modelo completo pode descontar parte do que pagaria de imposto de renda para financiar projetos culturais. A faixa de renúncia é de 6% do imposto devido e quem executar a doação até 31 de dezembro poderá incluir o abatimento ainda na declaração deste exercício, a ser feita a partir de março de 2016.

Segundo a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), mais de 10 milhões de brasileiros fazem a declaração do IRPF no modelo completo. Considerando a faixa de renúncia de 6%, a captação de recursos de pessoas físicas para a cultura, via incentivo fiscal, tem um potencial de mais de R$ 4 bilhões por ano, três vezes mais do que o mecanismo movimenta atualmente.

Por isso, depois de realizar a primeira edição do Seminário Doação por Pessoas Físicas para Cultura, em Brasília, em outubro passado, com vagas esgotadas e transmissão online, o MinC quer intensificar o estímulo a esta alternativa de investimento. “Em 2016, vamos implementar no site um mecanismo mais acessível e esclarecedor para os interessados em fazer doação, lançar uma campanha de mobilização e realizar mais edições do seminário”, elenca Carlos Paiva.

“Além de engajar a sociedade, o MinC quer mostrar aos produtores culturais como esta é uma fonte de financiamento eficaz, que diversifica as possibilidades de sustentabilidade de projetos, grupos e espaços culturais. A constituição de uma rede de apoiadores oferece risco menor, já que, ao contrário do patrocínio empresarial, a saída de alguns não inviabiliza a iniciativa cultural. E são muitas as estratégias possíveis para mobilizar recursos de pessoas físicas, como a possibilidade de recompensas ou clube de benefícios”, explica Paiva.

De doações registradas que vão de R$ 10,00 a algumas dezenas de milhares de reais, a captação de recursos de pessoas físicas ainda se destaca pelo caráter descentralizado do investimento, pela menor competitividade, pelo distanciamento da lógica do marketing cultural e pela relação de proximidade com os investidores. (www.cultura.gov.br)

Fogo destrói prédio do Museu da Língua Portuguesa

Ministro da Cultura Juca Ferreira, se manifestou em nota, a respeito do incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, nesta segunda-feira, 21.

A destruição de um museu, mesmo parcial, é sempre uma perda gigantesca para a cultura. Lamentamos o incêndio no Museu da Língua Portuguesa. E lamentamos profundamente a perda de uma vida humana, de um funcionário que corajosamente enfrentou uma situação de tal gravidade. Este é um momento de profunda tristeza.

Além do valor histórico e arquitetônico de suas instalações, do significado que tem para a revitalização daquela área, do modelo de museu que passou a representar, o Museu da Língua Portuguesa nos singulariza, ressalta um dos aspectos raros e preciosos da nossa cultura. A língua, além do seu poder de coesão, além de ser um dos fatores de união do nosso povo, é quem dá o sentido do que somos.

Um museu nasce da missão de reconhecer e preservar a raridade de algum aspecto da cultura. Por isso, todo museu é único. Um museu sempre requer cuidados em dobro. Independentemente de suas causas, esse incêndio nos serve de alerta para que tenhamos um cuidado cada vez maior com nosso patrimônio.

Nos empenharemos para trazer de volta, fortalecido, este museu que já se incorporou com tanta eloquência à vida cultural de São Paulo e do nosso país. (www.cultura.gov.br)

O que é cultura?

É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando ela não tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos um professor universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que é cultura?

A cultura é do povo e vem do povo para o povo. Ela não tem nome dono e nem sobrenome, é popular e é uma manifestação de um todo reunido em prol de mantê-la sempre viva e presente entre todos. É uma manifestação voluntária sem regras de comportamento, livre e capaz de envolver o mundo.

Para o senso comum, cultura possui um sentido de erudição, uma instrução vasta e variada adquirida por meio de diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”, “O povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é uma concepção arbitrária e equivocada a respeito do que realmente significa o termo “cultura”.

Não podemos dizer que um índio que não tem contato com livros, nem com música clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde ficam seus costumes, tradições, sua língua?

O conceito de cultura é bastante complexo. Em uma visão antropológica, podemos o definir como a rede de significados que dão sentido ao mundo que cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.

Nesse sentido, podemos chegar à conclusão de que é impossível que um indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de um contexto social, seja ele qual for. Também podemos dizer que considerar uma determinada cultura (a cultura ocidental, por exemplo) como um modelo a ser seguido por todos é uma visão extremamente etnocêntrica.

Joãozinho Gomes: um poeta da Amazônia

Música, canto, poesia e literatura, se juntam num grande encontro de artistas de variados seguimentos, para homenagear um dos maiores letristas da Amazônia e do Brasil, Joãozinho Gomes, hoje, 9, a partir das 20h, no Sarau do Largo dos Inocentes, da Confraria Tucuju.

Poeta, compositor, escritor e cantor Joãozinho Gomes é filho da Amazônia paraense, nascido na capital Belém em 20 de outubro de 1957. Bem cedo, aos 12 anos de idade já escreveu algo que “imaginei ser um poema”. Diz. E logo descobriu sua vocação para a poesia. Seu caminho foi guiado para a Música popular Brasileira, e hoje é autor de mais de quinhentas músicas compostas ao lado de parceiros, muitos deles já consagrados no cenário musical brasileiro, como: Chico Cézar, Lecy Brandão, Nilson Chaves, Jean Garfunkel, Jane Dubc, Enrico Di Miceli, Val Milhomem, Amadeu Cavalcante, Jane Duboc, Eudes Fraga, Walter Freitas e tantos outros artistas da nossa região amazônica. Assim como parceiros de letra, muitos intérpretes consagrados, também cantaram suas obras.

Joãozinho Gomes assinou muitos CD’s com parceiros, filhos dessa imensa Amazônia musical, diferente de outras partes do país, com um tempero vindo da floresta, capaz de encantar a quem por aqui pisa e prova desse sabor da terra santa da arte.

De tantas canções espalhadas no leito musical do cancineiro brasileiro, o poeta Joãozinho Gomes assina, pelo menos duas, como suas expressões mais próximas do coração, Jeito Tucuju, em parceria com o amigo Val Milhomem, que declara amor e sentimento eterno com o rio Amazonas, “Quem avistar o Amazonas nesse momento e souber transbordar de tanto amor, esse terá entendido o jeito de ser do povo daqui”, e Pérola Azulada, com Zé Miguel, com expressiva declaração de amor a terra, como nação e como morada, “eu amor você, terra minha amada, minha oca meu iglu, minha casa, à bênção minha mãe…”.

Nessa gigante homenagem ao poeta Joãozinho Gomes, a Confraria Tucuju convidou artistas tucujus do artesanato, folclore, artes plásticas e os cantores Amadeu Cavalcante, Brenda Melo, Val Milhomem, Ana Martel, Helder Brandão, e Oneide Bastos, que irão saudar o homenageado com canções de sua autoria com parceiros nossos. Além das fortes homenagens, será apresentado o show “Timbres e Temperos”, registrado recentemente em um CD, ainda não lançado, com Patricia Bastos, Enrico Di MIcele e o próprio Joãozinho Gomes.

O que é música popular?

Música popular é qualquer gênero musical acessível ao público em geral. Distingue-se da música folclórica por ser escrita e comercializada como uma comodidade, sendo a evolução natural da música folclórica, que seria a música de um povo transmitida ao longo das gerações.

São muitos numerosos os gêneros inerentes à música popular tais como: o samba, chorinho, frevo, baião, maracatu, música caipira, música nativista gaúcha, as cantilenas, rock, blues, jazz. Em geral estão associados ao ritmo, a cultura e a construção de uma sociedade. Assim, pessoas nascidas durante os anos 60 tendem a apreciar as músicas dos anos 70, tais como os Beatles, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Chico Buarque de Hollanda e Quarteto em Cy ou os Rolling Stones, Mutantes, Os Novos Baianos e a Tropicália.

Evidentemente que é grande a variedade de gêneros apreciados e muitas vezes os que apreciam um gênero podem não apreciar outro. Como por exemplo brasileiro, um apreciador de Samba na grande maioria das vezes não aprecia a música sertanejo universitário, e vice-versa por motivos óbvios a sertanejo universitário utilizada cultura de massa e uma música de entretenimento utilizada pela mídia e o samba é cultura do povo brasileiro.

Muito da música popular provém de negócios disseminados com fins lucrativos. Executivos e empregados de negócios vinculados à música popular tentam selecionar e cultivar a música que teria um grande sucesso com o público, e assim maximizar os negócios da empresa. Nessa acepção, a música popular é distinta da música folclórica, criada pelo povo em geral para sua própria apreciação, e a música clássica, originalmente escrita para a igreja ou para a nobreza, e atualmente subsidiada pelos governos e universidades.

Apesar de os negócios controlarem os pilares da música popular, nem sempre os jovens aspirantes a se tornarem músicos populares são impulsionados pelo dinheiro. Em geral, eles aspiram a encontrar uma forma para sua expressão ou criatividade, ou simplesmente por diversão. Historicamente, os motivos de conflito de executivos e músicos se tornaram motivo de tensão na indústria da música popular pelo mundo.

“Negro de Nós” no Projeto Botequim

Já firmado como ponto de encontro do melhor da arte amapaense o projeto, que acontece nas duas primeiras terças-feiras de cada mês sempre a partir das 19h e com entrada gratuita.

E para o primeiro semestre de 2016 já estão confirmadas as apresentações dos artistas selecionados na 12ª edição Sescanta que são eles: Aroldo Pedrosa, Chermont Jr., Brenda Melo, Joãozinho Gomes, Nonato Santos, Osmar Jr, Ademir Pedrosa, Banda Negro de Nós, Enrico Di Miceli, Paulo Bastos, Val Milhomem e Zé Miguel.

A Banda Negro de Nós foi criada em 1999, na ideia de transformar as músicas amapaenses, ora só tocadas e cantadas em “barzinhos”, em musicas dançantes, para embolar as festas e conquistar a gosto popular. Seu trabalho foi reconhecido regional, nacional e internacionalmente através de turnês do lançamento do CDs “Festejo” em toda a Europa e “Zouk Love”, lançado em todo o Brasil. Em 2006, em turnê pelo Estado de São Paulo foi reconhecida como melhor banda de Zouk Love do Brasil.

Hoje após 16 anos de história a Banda Nego de Nós que já gravou onze CDs e um DVD se prepara para gravar se 12º Álbum. (Alessandra Leite).

Patrícia Bastos é contemplada no Edital Natura Musical

O projeto de Patrícia Bastos passou pela seleção criteriosa de especialistas, como do critico Zuza Homem de Mello, DJ Zé Pedro, cantora Titane, jornalista Rafael Rocha, produtor Luciano Mattos e pesquisador Edvaldo Souza. “Batom Bacaba” tem direção de Dante Ozzetti e mistura o acústico e o eletrônico, com ritmos de batuque e marabaixo, que se encontram com a linguagem musical indígena. O programa Natura Musical irá patrocinar a gravação e lançamento do álbum em Macapá, São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. 

Patrícia Bastos tem o reconhecimento em sua terra, Amapá e vem conquistando espaço em todo o país com seu timbre afinado e discos produzidos com apuro técnico e repertório muito bem selecionado, com destaque para o marabaixo, batuque, zouk, cassicó e cumbia. Começou a carreira em bandas e festivais, e dividiu a cena com artistas como Leci Brandão, Nico Rezende, Nilson Chaves, Lô Borges, Lula Barbosa, Sebastião Tapajós, Manoel Cordeiro, Dante Ozzetti, Natan Marques e Vitor Ramil, com quem fez show neste final de semana em Macapá.

Em 2010, através do Sesc, Patrícia percorreu a Amazônia Legal com a turnê “Timbres e Temperos”, junto com Enrico Di Miceli e Joãozinho Gomes. Seu disco “Eu Sou Caboca” foi lançado em São Paulo, e em 2011 este trabalho ganhou registro em audiovisual através do prêmio Itaú Rumos Cultural, em que canta sucessos como  Pedra de Mistério e Demônio de Batom. Ano passado  foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira, na categoria Regional, com o álbum Zulusa, gravado em 2013, e rendeu à Patrícia Bastos o prêmio de melhor cantora no ano seguinte. (Mariléia Maciel).

Projeto MPA

Choperia Chopp Center, Av: Presidente Vargas entre as Ruas Hamilton Silva e Manoel Eudóxio – Centro. A partir das 21h. Informações: 99126-6262.

“Batom Bacaba”

Batom Bacaba aprofunda a linguagem do último CD da cantora, premiadíssimo “Zulusa”, e já está com seleção de repertório definida para entrar em estúdio e gravar. Parabéns.

Sescanta Amapá 2015

A mostra contará com a participação de 12 artistas em um grande encontro nos dias 3 e 4 de dezembro, no auditório do Sebrae, às 19h.

Os artistas selecionados são: Nonato Santos, Osmar Junior, Enrico Di Micelli, Chemont Júnior, Joãzinho Gomes, Paulo Bastos, Val Milhomem, Aroldo Pedrosa, Brenda Melo, Zé Miguel, Banda Negro de Nós, Ademir Pedrosa.

Os artistas serão contemplados com a gravação de um DVD, com as 12 canções eleitas pelo projeto, com edição de mil cópias. Cada músico selecionado receberá 65 DVD’s, além de um incentivo cultural no valor de R$ 1.500, para os 12 finalistas.

Serão premiados com troféus e certificados de participação, além de ter pauta no 1º semestre de 2016, no Projeto Botequim. Durante o Sescanta, serão homenageados o Grupo Pilão e o professor e violonista Sebartião Monte’alverne, em reconhecimento às suas trajetórias musicais. Além da participação especial do grupo de arabaixo Berço da Favela e Raízes do Bolão.

Cada candidato apresentará três músicas autorais e de livre tendência musical; inclusive instrumental, sendo que uma das músicas será inédita e original. O Sescanta tem como intuito possibilitar a troca de experiências, técnicas e conhecimentos no âmbito musical, por meio da integração entre compositores, instrumentistas e intérpretes. (Fernanda Picanço).