Wellington Silva

Fronteiras Sangrentas, um roteiro cinematográfico

 

Não é a primeira vez e nem será a última, que prazerosamente escrevo sobre a antológica obra de Silvio Meira, Fronteiras Sangrentas, um roteiro cinematográfico fantástico que deve ser lido por todos os nossos representantes eleitos, e amapaenses, no geral.

E como a Rede Globo de televisão anda “catando” temáticas históricas interessantes do Brasil, penso se não seria um momento ideal apresentar tão fantástica obra?

Publicada em 1.975, com o apoio do Conselho Estadual de Cultura do Pará, composta e impressa na Editora Gráfica Luna Ltda. Fronteiras Sangrentas segue interessante roteiro histórico baseado em documentos, jornais da época, enfim, fatos relevantes sobre a histórica questão do Contestado, desde o começo do começo, quando os irmãos Germano e Firmino, após longas caminhadas, selva adentro, descobrem ouro, na região do Calçoene.  Germano, o mais persistente e intuitivo, dá um grande grito, que ecoa na mata:

– Ouro! Firmino! Ouro!

Estava concretizada a esperança dos dois irmãos, principalmente a de Germano, que nunca esquecera das palavras de seu pai, em vida, ele que até em sonhos sempre lhe revelara o caminho:

– Meu filho, depois de passares por sete cachoeiras, penetra na mata na direção oeste. Encontrarás ouro no primeiro igarapé, ainda a oeste.

Dia seguinte, olhando aqui e acolá, chegaram a outro pequeno igarapé.

– Vê Firmino – diz Germano – quanto ouro se encontra neste rio!

E Firmino responde:

– Já conseguimos bateias de quase 150 gramas cada uma!

Quem poderia explicar os segredos de um sonho premonitório?

Findava o ano de 1.893. Os anos de 1.894 e 1.895 seriam de grandes surpresas para a região. Após a rica descoberta dos irmãos Germano e Firmino, que de lá bastante extraíram o metal precioso, a notícia rapidamente se espalha no norte e nordeste do Brasil e na Guiana. Em 1.895, mais de mil pessoas habitam o curso do rio Calçoene. Aventureiros vindos de Caiena, Guiana Francesa, tais como Clement Tamba, e diversos brasileiros oriundos das regiões norte e nordeste, passam a disputar metro a metro a rica região aurífera. Começava a ficar cada vez mais patente o desrespeito dos franceses para com o Tratado de Utrecht, de 11 de abril de 1.713. A cláusula oitava diz textualmente que “a navegação do rio Amazonas, assim como de seus afluentes, pertencerá a Portugal, e o rio Oiapoque, ou Vicente Pinson, servirá de limite entre às duas colônias. Os franceses insistiam em interpretações equivocadas sobre seus limites, com certeza, com a clara intenção de expansão e dominação territorial de terras brasileiras. A motivação principal: a ambição pelas reservas de ouro!

No dia 26 de dezembro de 1.894, em grande Assembleia Geral, revolucionários brasileiros organizam uma revolta e depõe o representante do governo francês na região do Contestado, Eugéne Voissien. Chefiavam o movimento Francisco Xavier da Veiga Cabral, o Cabralzinho, Manoel Antônio Gonçalves Tocantins e Desidério Antônio Coelho. Discute-se. Debate-se. Desidério desiste da liderança do movimento e entre entusiásticas aclamações dos presentes é aprovada a organização do governo do chamado Triunvirato, constituído por Cabralzinho, Desidério Antônio Coelho e Cônego Domingos Maltez. Foram indicados como triúnvinos suplentes João Lopes Pereira, Manoel Joaquim Ferreira e Raimundo Antônio Gomes.

Trajano, um brasileiro eupátrida, representante de Charvein, delegado do governo francês em Caiena, é preso pelos triúnvinos na Vila do Amapá. Imediatamente, Charvein determina o envio de legionários mercenários, fortemente armados, para prender Cabralzinho. Inesperadamente, a corveta Bengali aporta em solo brasileiro, e dela salta o capitão Lunier, para dar voz de prisão a Cabralzinho, isso no dia 15 de maio de 1.895. Cabralzinho reage ao inimigo e o mata, tendo o mesmo destino um tenente e um sargento. A resistência brasileira consegue deter o invasor até o esgotamento da munição. A grande superioridade numérica bem como a capacidade bélica dos franceses é bem maior. Etiènne, porta-bandeira francês, embora ferido no rosto, irado, ordena que toquem fogo nas casas, saqueiem o comércio e matem a todos. Brasileiros, mulheres, velhos e crianças são mortos sem piedade. Logo, a notícia chega em Belém e é amplamente divulgada em detalhes, no jornal Diário de Notícias, através de seu diretor, Felipe José de Lima, veículo de comunicação do Partido Republicano Democrata. No informativo consta o nome e idade de cada vítima e a forma brutal como fora assassinada.

A histórica questão do Contestado (regiões do Amapá e Calçoene) só fora definitivamente resolvida, em 1.900, com o Laudo de Berna, na Suíça, sendo Barão do Rio Branco o grande protagonista a realizar brilhante defesa em favor do Brasil. Sua tese teve como base principal a cartografia, um mapa francês em que se registra o direito do Brasil à margem esquerda do rio Amazonas, o Tratado de Utrecht, de 11 de abril de 1.713, e principalmente, a antológica obra L’Oyapoc et L’Amazone (1.891), do grande pesquisador e geógrafo brasileiro, Joaquim Caetano da Silva.

 

 

Rita Lee Jones de Carvalho: Poeta, revolucionária e alquimista dos sons e ritmos

 

Rita Lee Jones, Nossa eterna Rainha do Rock, nos deixou!

O barqueiro e grande comitiva vieram buscá-la, e sem aviso prévio, para nós, eternos fãs, cá em terra!

Tim Maia, na comitiva de recepção, deve ter dito:

– Seja muito bem vinda minha Rainha, do leme ao pontal! É isso aí!

Gal deve ter falado:

– Ah! São coisas da vida… E a gente se olha e não sabe se vai ou se fica. São coisas da vida… É de manhã, vem o sol e mais os pingos da chuva que ontem caiu. Me dê a mão e vamos sair, pra ver o Sol…

Nosso genial Dom Raulzito, assim se expressaria:

– Minha Diva, nossa metamorfose ambulante, nós conhecemos bem a fonte, que desce daquele monte, ainda que seja de noite… Sedes muito benvinda!

E Erasmo Carlos e Elis Regina, para Arrombar a Festa, comandando o coro e muito bem acompanhados no backing vocal da Frenética Lidoka (Maria Lídia Martuscelli), Gonzaguinha e Jessé, cantariam, uníssonos, batendo palmas:

– Chega mais, chega mais, chega mais!

Agora só falta você yeh, yeh, yeh! Agora só falta você!

Nossa Rainha, emocionada, com natural modéstia e simplicidade, assim diria:

– Ah! Meus amores, eu não mereço tanto!

Que fantástica Banda Show Forever não estaria sendo formada lá no Andar de Cima, com a chegada de Rita Lee?

Rita Lee Jones de Carvalho, ou Rita Lee, nome artístico, nasceu em São Paulo, no dia 31 de dezembro de 1.947. Cantora, compositora, multi-instrumentista, apresentadora de televisão, escritora, defensora dos animais, ambientalista e ativa defensora dos direitos humanos. É popularmente conhecida no Brasil e no mundo como a Rainha do rock brasileiro. Alcançou a incrível marca de 55 milhões de discos vendidos! Considerada a artista feminina mais bem-sucedida no universo da música nacional, fica somente atrás da lendária dupla sertaneja Tonico & Tinoco, Roberto Carlos e Nelson Gonçalves.

Alquimista dos sons e ritmos, a poética musical revolucionária, inovadora, irreverente, sarcástica e gozadora de Rita Lee nada é do que metamorfoses de fórmulas sonoras advindas da era da psicodelia e do tropicalismo. Nesta alquimia tão própria Made in Rita Lee tem um “cadim” de um pouco e de um tudo: pop rock, disco, new wave, MPB, bossa nova, etc…

Por vezes, quando ela fala ao coração, ou quando o papo é sério e reto, ela também pode ser um misto de bom humor e ternura, de introspecção, de reflexão, de pura paz e amor.

Quando deixou os Mutantes, em 1.972, já tinha luz própria, luz genial que se “encandeia” de vez em 1.979 ao formar a dupla inseparável com o grande guitarrista, compositor e multi-instrumentista, Roberto de Carvalho. É a partir daí que o grande potencial criativo de Rita Lee sofre um grande brainstorming (explosão de ideias) e conquista de vez o público brasileiro e mundial com sucessivas ondas de sucessos musicais.

Entre 1986 e 1992 escreve quatro livros infantis, sendo o personagem principal o Doutor Alex, um ratinho cientista. Com ilustração de Laerte, em 2013 publica o livro Storynhas. Em 2017 lança o livro de contos intitulado Dropz. Em 2019 publica a comovente obra infantil intitulada Amiga Ursa: uma história triste, mas com final feliz.

Em 2012, ao lado de Caetano VelosoGilberto Gil, WanderléaCauby Peixoto e Angela Maria, desfila pela escola de samba paulista Águia de Ouro que apresenta interessante temática sobre o Movimento Tropicalista. No desfile, ela faz homenagem a atriz Leila Diniz.

Rita Lee faleceu no dia 8 de maio de 2023 e recebeu comovente despedida de fãs e artistas no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo.

 

 

Os oportunistas do Bolsa Família

 

De acordo com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, “os bloqueios no Programa Bolsa Família continuarão ocorrendo!”

 

Uma verdadeira operação pente fino já vem sendo realizada a fim de detectar e definitivamente afastar os oportunistas do programa, justamente pessoas que de alguma forma conseguiram burlar os critérios necessários para recebimento do benefício e descaradamente continuam recebendo.

 

Conforme as investigações preliminares, já divulgadas na imprensa, algumas “figuras” parecem que são “apadrinhados” de políticos, “penduricalhos” de gabinete, funcionários fantasmas e até gente que já não pertence mais a este conturbado andar de baixo, cá em terra.

 

A operação já cancelou o pagamento de benefício a mais de 1,2 milhão de pessoas. O ministério vem passando o pente fino sobre famílias unipessoais, ou seja, aquelas de um integrante apenas.

 

Informa o ministro Wellington Dias que “infelizmente a quantidade foi muito maior do que a gente pode alcançar até agora. Se a gente olhar de maio de 2022 até o começo de outubro, vamos encontrar cerca de 5,5 milhões de unipessoais. Então alguma coisa estranha ali estava acontecendo”, enfatiza!

 

Obviamente, ao excluir beneficiários oportunistas e irregulares da folha de pagamento do Programa Bolsa Família logo abre-se condição financeira à inclusão e pagamento a famílias verdadeiramente carentes de auxílio.

 

Através do Programa Busca Ativa cerca de 12 mil profissionais em todos os municípios brasileiros rastreiam as populações em situação de rua, moradores periféricos, assim como os povos da floresta e os ribeirinhos, pessoas que verdadeiramente necessitam do apoio do estado brasileiro.

 

Se entre 2004 e 2014 mais de 30 milhões de pessoas deixaram de viver abaixo da linha de pobreza e hoje este número saltou para 36 milhões que vivem abaixo da linha de pobreza é porque algo de muito estranho e de muito errado ocorreu nestes últimos anos, que merece ser repensado!

 

Por vezes é a própria corrupção e a má condução da política pública que produz a miséria humana, o seu péssimo gerenciamento, e por vezes, são as duas coisas!

 

 

Sobre internet violenta, games violentos e jovens com desvios de conduta

 

Quais são os fatores indutores “influencer” que levam adolescentes e jovens a cometerem crimes absurdos em escolas e ambientes públicos?

 

Desvios de conduta? Problemas familiares? Vícios? Trauma escolar?

 

A resposta com certeza pode também estar dentro do mundo obscuro da internet violenta, nos games violentos que incentivam a matar, nos macabros filmes de terror que alimentam o horror e na total ausência de educação e de acompanhamento familiar.

 

Fica evidente a constatação do fato de que a ampliação do raio de ação da internet violenta e do comércio sem limites de games violentos, somados a ausência de educação e de acompanhamento familiar torna-se cada vez mais prato feito em larga escala de produção, tudo “prontinho” a exploração, abuso e usufruto de grupos radicais extremistas.

 

No meio deste cenário aberrativo, se vê de tudo:

Grupos nazistas e fascistas em ascensão, psicopatas, grupos racistas, teólogos e teóricos do absurdo, profetas do fim do mundo, teóricos da “raça superior”, e por aí vai…

 

Recentemente, uma digital influencer com mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais – pasmem! – foi presa por incentivar ataques contra escolas em Governador Valadares, na Região do Vale do Rio Doce. Informações da Polícia Civil de Minas Gerais dão conta de que a Operação ‘Por Trás das Máscaras’ cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão na residência de uma jovem de 22 anos, investigada por crimes de ameaça, corrupção de menores, incitação à prática de crimes, apologia ao crime e divulgação de informação ou notícia que sabe ser notoriamente falsa.

 

A investigação ocorreu após a polícia acessar conteúdo de vídeos que circulam nas redes sociais da acusada com clara ameaça a escolas da cidade.   A referida jovem costumava postar vídeos para incentivar/recrutar adolescentes à prática de crimes de massacre nas escolas, e ameaçar alunos e professores de uma escola pública localizada em Governador Valadares. Em sua casa, três máscaras inspiradas no personagem do filme “O Pânico” foram encontradas.

 

Informa o Delegado encarregado pelas investigações, Márdio Bento, que “a jovem é muito conhecida em suas redes sociais pelo grande número de visualizações em suas postagens, principalmente na mídia social de compartilhamento de vídeo, onde acumula mais de quatro milhões de seguidores. Ela já foi investigada por prática de crime de falsa identidade e falsidade ideológica. As investigações continuam para identificar outros suspeitos”, salienta o delegado.

 

Não demorou, outro caso absurdo chamou a atenção em Minas:

 

Dois adolescentes, de 14 e 15 anos, foram apreendidos pela Polícia Civil de Minas Gerais, em Sabará, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Afirmara a Polícia local que “eles planejavam explodir a tubulação de gás da cozinha de uma instituição de ensino para causar uma reação em cadeia no prédio. O nome da escola foi preservado para não causar pânico.

 

Outro adolescente, de 15 anos, foi identificado e preso em Juiz de Fora, Zona da Mata mineira, como proprietário de um perfil de rede social contendo ameaças de ataques em escolas do município.

 

Observem que como em Minas Gerais tudo parece ser uma orquestração de ação/reação em cadeia em determinadas cidades do Brasil e do mundo, e tudo com o claro propósito de gerar pânico, terror, a cultura do medo, do horror, justamente o louco prazer em tentar impor, quase com toda certeza, alguma corrente de pensamento extremista.

 

As investigações, no tempo certo, dirão…

 

(1789) A Inconfidência Mineira: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade, ainda que tardia…)

 

A figura histórica de Tiradentes e dos Inconfidentes sempre nos faz refletir a respeito do necessário espírito de luta, os ventos da mudança, ação e reação, a causa e efeito, o caminho, aquilo que é justo e reto!

Narra a memória oral que Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ganhou este nome por ter sido exímio odontólogo em seu tempo. Foi também brilhante engenheiro de obras e apresentou arrojados projetos de engenharia a coroa portuguesa, no Brasil, tendo também sido oficial de cavalaria (Alferes).

Era figura muito popular e bem quista no meio profano!

Vivia Tiradentes em um mundo de grandes revoluções, de transformações culturais e estruturais. Eram os ventos da mudança, sinais e movimentos da democracia muito bem articulados pela Maçonaria a levantar bandeiras e a soprar forte na Europa e na América do Norte.

Sob a Iluminada Trilogia Concebida, a tríade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE promoveu lutas de classe após enfáticos discursos contra a nobreza e o clero, em defesa dos povos escravizados e colonizados.

 

O AMBIENTE POLÍTICO E MAÇÔNICO DA ÉPOCA

A historiografia registra que em 1.775, na França, palco da Revolução Francesa (1789), já existiam 104 lojas maçônicas, sendo 23 em Paris, 71 no interior, 10 específicas de militares e 45 em organização. Em 1789 o quadro subiu para 614 ou 703 lojas, sendo 65 em Paris, 442 no interior, 38 nas colônias do exterior e 69 militares. Na Inglaterra, sede da Loja Mãe da Maçonaria Universal (1.717), havia 525 lojas, nos Estados Unidos 85 e na Irlanda 227.

Este era o ambiente político encontrado pelos jovens brasileiros que estudaram na França e em Coimbra (Portugal) na década de 1.780 e depois se destacariam na Inconfidência Mineira de 1.785 – 1.789. Foram eles, Domingos Vidal de Barbosa Laje, José Joaquim da Maia, José Mariano Leal da Câmara, José Álvares Maciel, e outros.

 

UM ENCONTRO DECISIVO

O carioca José Joaquim da Maia teria sido enviado por comerciantes liberais, do Rio de Janeiro, para conversar com Thomas Jefferson, embaixador dos Estados Unidos na França. O encontro, ocorrido em 1.787, contou também com a presença do brasileiro Domingos Vidal de Barbosa Laje. Diz a historiografia maçônica que Thomas Jefferson era o sucessor de Benjamin Franklin em seu posto e que este fora, em sua estada na França, o Venerável Mestre de uma Loja Maçônica (Neuf-Souers), a mesma que iniciou Voltaire. O intermediário entre Maia e Jefferson fora o professor José Maria Joaquim Vigarious, de Montpellier, que pertencera às lojas parisienses “ L’Amenité” e “ La Moderation”, período 1.784 a 1.787.

 

O IDEÁRIO

Num tempo em que as classes sociais eram rigorosamente estratificadas, desde o nascimento, e no qual, sobretudo, era reservado a uma só classe – a nobreza – o exercício dos postos de comando do Estado, LIBERDADE significava abolição absoluta da monarquia, poder de suposta origem divina, incontestável por sua própria natureza. IGUALDADE significava a abolição das diferenças de classe dando-se aos cidadãos a oportunidade de regerem seu próprio destino. FRATERNIDADE era o grande objetivo moral e final de uma Nova Ordem.

 

DA PROVÁVEL REUNIÃO INCONFIDENTE DO DIA 26 OU 27 DE DEZEMBRO DE 1.788

As árduas pesquisas feitas pelo historiador Tarquínio Oliveira teorizam que a reunião decisiva da Inconfidência pode ter sido realizada na casa do Tenente Coronel Francisco de Paula Freire de Andrada, em uma madrugada do dia 26 ou 27 de dezembro de 1.788, dia de São João, consagrado desde Cagliostro pela Maçonaria.

A história da Inconfidência Mineira toma sempre por base informações dos historiadores/pesquisadores Joaquim Felício dos Santos, Joaquim Norberto de Souza, Tarquínio Oliveira, Gustavo Barroso, Hércules Pinto, Augusto de Lima Júnior, Tenório Cavalcante de Albuquerque, Tito Lívio Ferreira e Manoel Rodrigues Ferreira.

 

DELAÇÃO E PRISÃO DOS INCONFIDENTES

Delatados por Joaquim Silvério dos Reis e presos em 10 de maio de 1.789, o Movimento Revolucionário/Libertário dos Inconfidentes é abafado!

Torturado e em evidente estado de desespero, o Inconfidente Domingos de Abreu Vieira entrega o nome de diversos companheiros. Alvo de peça sucinta e escrita, arquitetada pela coroa, foi ele que mais entregou militares inconfidentes.

Em seu depoimento, destacamos algumas passagens:

“E que alguns oficiais estavam convidados também: o Tenente Antônio Agostinho disse que o Tiradentes estava falado e que ele respondera que estava tudo pronto, pois também era mazombo. O cabeça de tudo era o Tiradentes, dizendo que ele e o Alvarenga haviam de ser os heróis da função, pois defendiam sua Pátria; que os mazombos tinham valimento e sabiam governar”.

A notícia da prisão dos Inconfidentes, ocorrida no dia 10 de maio de 1.789, chegou a Vila Rica na noite do dia 17 de maio de 1.789, sendo passada a Cláudio Manoel da Costa, Tomás Gonzaga e Diogo Pereira de Vasconcelos, na mesma noite.

 

DÚVIDAS SOBRE A MORTE DE TIRADENTES

O pesquisador Gustavo Barroso comentou que Martins Francisco Ribeiro de Andrada escrevera um livro afirmando que Tiradentes fora substituído no patíbulo por outra pessoa, secretamente, tudo para evidenciar a Dona Maria, a louca, que realmente Tiradentes fora enforcado.

O grande escritor Machado de Assis, em uma de suas crônicas, afirmara que Tiradentes vivera até 1.818, sobrevivendo com uma pensão autorizada por Dom João VI. A histórica crônica teria sido publicada no jornal Gazeta de Notícias, jornal da época. Escrevera o poeta que Joaquim José da Silva Xavier morrera no Rio de Janeiro, onde, desde 1.810, tinha uma loja de barbeiro, dentista e sangrador.

Verdade ou não, o boato continua até hoje entre historiadores, pesquisadores e nos meios maçônicos…

Trabalho apresentado no dia 20 de abril de 1.994 na Loja Maçônica Tiradentes 2599, e revisto e atualizado no dia 20 de abril de 2023.

 

Caminhos a se pensar…

 

Para que o Brasil possa cumprir os 17 compromissos assumidos na Organização das Nações Unidas – ONU, até o prazo determinado, que é o ano de 2030, ele fundamentalmente necessitará vencer seus velhos e históricos problemas econômicos e sociais.

 

De lembrar que em setembro de 2015 as Nações Unidas renovaram seu compromisso com uma agenda global para o desenvolvimento.

 

Existe uma forte tendência mundial de balancear políticas de ajuda de desenvolvimento de um país com benefícios de acesso ao mercado, desde que este país cumpra as exigências definidas pela ONU, quais sejam, de respeito ao direito, apoio ao trabalho sustentável e livre, proteção ao meio ambiente e combate a corrupção, tarefa não muito fácil para países em crise e democracias fragilizadas por atos de corrupção, violência urbana e taxas preocupantes de desemprego.

 

Um grande desafio:

Como o Brasil pretende criar melhorias para a geração de qualidade de vida de uma expressiva população na linha da pobreza e abaixo da linha de pobreza se apresenta nestes últimos anos cenários de taxas oscilantes e crescentes de pessoas que não conseguem acessar o mercado de trabalho?

 

Para pesquisadores e analistas, o programa populista Auxílio Brasil, por exemplo, não passou de um paliativo diante do grave cenário social brasileiro, isto é, a oferta do governo de pequena ajuda financeira, por tempo determinado, sem encarar o problema de frente:

 

O desemprego!

Às nossas crianças pobres não lhes é dada a oportunidade de frequentar a mesma escola de qualidade que crianças pertencentes ao staff de moradores de prédios e residenciais de luxo frequentam.

 

Em nosso país ainda perduram graves dificuldades para a promoção da igualdade social ou justiça social. Trata-se de uma herança cultural atual que o governo Lula tem de encarar de frente, como desafio fundamental.

 

Na visão de muitos analistas a crise econômica, a corrupção, a violência urbana, polarização política e os desastres ambientais são sérios problemas que precisam ser urgentemente vencidos para que o Brasil possa se firmar com respeito no cenário mundial.

 

Mister lembrar que a adesão do Brasil aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) ocorreu em setembro de 2015, em Nova York, durante a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

 

Dentro dos próximos 15 anos os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que são 17 objetivos e 169 metas, devem ser cumpridos por todos os países que adotaram os ODS.

 

Particularmente, nós, brasileiros, temos alguns pontos a comemorar:

 

A nossa matriz energética é considerada muito mais limpa que a de muitos países que ainda apresentam dependência excessiva de combustíveis fósseis.

 

Mas, infelizmente e tristemente, a meta nacional para redução do desmatamento ainda não foi alcançada. E ainda bem que o nosso Estado do Amapá figura como o mais bem preservado do Brasil e um dos mais do mundo. Lamentável é o mundo globalizado não reconhecer o Amapá como uma das regiões mais bem preservadas do planeta, e tudo ficar no “deixa pra lá e pra depois” as ditas e não cumpridas compensações financeiras.

 

Imperativo também mudar a velha política perversa de tributação em cima de salários ao invés de tributar a renda e o patrimônio. Diante deste “andor”, nesta via sacra os pobres são os que mais pagam impostos, demandam mais políticas públicas e não conseguem retorno daquilo que necessitam.

 

 

Nilson Montoril

 

O Professor Nilson Montoril de Araújo nasceu no dia 2 de maio de 1944, no município de Mazagão. É filho de Francisco Torquato de Araújo, pioneiro amapaense e emérito maçom da Grande Loja Maçônica do Amapá, e de Olga Montoril de Araújo. Viveu boa parte de sua infância em Mazagão e depois em comunidade localizada no rio Furo Seco, Ilha de Marajó. Sua infância foi envolta em um rico ambiente cultural de festividades culturais e religiosas, daí surgindo a sua paixão pelos costumes e tradições do povo amazônico.

 

Formado em administração, entre os anos 70, 80 e 90 exerceu com muito zelo e dedicação na Secretaria de Educação e Cultura – SEC a árdua tarefa de planejar e executar o processo de desenvolvimento da educação, da cultura e do desporto amapaense. Integrou por muito tempo a equipe de notáveis planejadores da SEC, quando tudo estava por fazer.

 

Nilson Montoril foi Presidente do Conselho de Educação e Presidente do Conselho de Cultura do Amapá, assim como da Academia Amapaense de Letras. Foi também conselheiro da nossa tradicional Banda, consagrado como o maior bloco carnavalesco da região Norte e um dos maiores e dos mais interessantes e irreverentes do Brasil, e também membro da Academia Amapaense Maçônica de Letras – AAML.

 

Se aposentou como servidor federal, lotado na Universidade Federal do Amapá – Unifap.

 

Atuou em diversos veículos de comunicação e sempre divulgou fatos, mitologia regional, nossas lendas e nossas tradições, contos e “causos”, bem como relatos diversos importantíssimos de nossa história, por muitos desconhecidos.

 

Suas amizades, extremamente duradouras, não são e nunca foram poucas!

 

Dentre elas destaco a com meu saudoso pai, João Lourenço da Silva, Carlos Nilson, Paulo Guerra, Professora Madalena, Professor Tostes, Maria Alves de Sá, Geraldo Leite e Geraldo Magela, por exemplo, um grupo de notáveis, como ele, que sonharam e souberam planejar a nossa educação.

 

Faleceu no dia 28 de março de 2023.

 

Obras publicadas:

2004: A Banda – O Arrastão do Povo

Mar acima, Marabaixo.

 

Antes de nos deixar foi merecidamente aclamado por unanimidade e homenageado como Presidente de Honra da Academia Amapaense de Letras, uma justíssima homenagem a este notável Mestre que com tanta dedicação e zelo sempre teve o cuidado de catalogar e guardar não só o arquivo da Academia como também da memória histórica do Amapá.

 

Ao Mestre, com carinho, nossa eterna reverência, e gratidão!

 

 

A união da bancada federal tucuju

 

A união faz a força, diz o velho adágio popular. Acima das questões político-partidárias, acima de qualquer linha ideológica, obviamente deve prevalecer o bem estar comum do Amapá e no geral do Brasil.

 

Os amapaenses que já estiveram no Congresso Nacional bem sabem das dificuldades que nossa região sempre enfrentou para ser ouvida, sentida, e atendida em suas mais justas reivindicações.

 

Neste início de primeiro semestre do ano de 2023 começa a se formar uma espécie de frente única visando o tão necessário desenvolvimento de nossa região.

 

Quem já viu, conviveu ou ainda convive com o ambiente político em Brasília bem sabe não ser nada fácil aprovar uma emenda parlamentar e prontamente conseguir destinar recursos para seu estado. Lá, no Planalto Central do Brasil, bancada parlamentar é como peso na balança: vale quanto pesa!

 

E quem é que pesa mais na balança na Câmara Federal e no Senado?

 

Bom, por ordem de pesagem, temos os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e mais o restante do eixo pesado da região sudeste.

 

Com uma pequena população de 877.613 mil habitantes (Fonte: IBGE 2021), Clécio Luiz elegeu-se governador do Amapá com 222.168 mil votos. E o Amapá segue classificado como o segundo menor estado quando falamos em população de cada unidade federada.

 

Somente o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, obteve 13.480.643 milhões de votos!

 

Perceberam a gritante diferença numérica do eleitorado paulista para o amapaense?

 

O que nos resta fazer?

A Bancada Nordestina, por exemplo, a cada eleição procura se fortalecer para conseguir aprovar seus pleitos formando uma frente única aos pesos pesados da política nacional.

 

Resta-nos, inicialmente, fortalecermo-nos tecnicamente para seguidamente buscar o fortalecimento geral de toda a bancada do Amapá e da região Norte visando a qualidade de vida do povo amapaense e no geral do povo amazônico. A nosso favor temos o Senador Randolfe Rodrigues, Líder do Governo Lula no Congresso, eleito por diversas vezes como o melhor senador do Brasil, de perfil trabalhista, sempre preocupado com questões sociais e humanitárias, assim como o nosso Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil, o ex-governador do Amapá, Waldez Góes, também de perfil trabalhista.

 

Na presidência da Comissão de Constituição e Justiça-CCJ do Congresso Nacional temos o Senador amapaense Davi Alcolumbre, ele que também já atuou como Presidente do Congresso Nacional no período de 2019 a 2021. Na presidência da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara temos o deputado federal amapaense Acácio Favacho e no Senado Federal Lucas Barreto, todos sempre bem representando o Amapá em defesa de pautas emergenciais, principalmente nas áreas de educação e saúde.

 

Se, antes, o grande problema para nossa região era principalmente carência de força política e descaso do poder central, este ano, cremos nós, os cenários podem mudar consideravelmente!

Boto fé!

 

 

Lula, Haddad, o mercado e o povo

 

Todo poder emana do mercado, “power of money”, e em seu nome ele deve ser exercido?

 

Evidentemente que não! E seria até uma aberração pensar assim!

 

Nenhuma Constituição do mundo democrático, jurisprudência, os reais valores jurídicos do mundo livre sequer pensam em tamanho absurdo!

 

Mas, ocorre que o mercado especulador, o lobby plantonista instalado no Brasil, forçosamente quer que assim seja!

 

Então, a gente se pergunta:

 

E o povo?

 

Entre nós e eles, pode parecer que somos apenas um detalhe!

 

Deixa transparecer, também, bem dentro de nós, aquele sentimento ufanista, sonhador, quando relemos na Constituição da República Federativa do Brasil a expressão socrática de que “todo poder emana do povo e em seu nome ele deve ser exercido, através de seus representantes eleitos”.

 

Como a esperança é sempre uma fonte nascente em nossos corações e olhos marejados de esperas e canções, expectativas e ansiedades, rogamos sempre fé nas falas e sentimentos de Luís Inácio Lula da Silva e do ministro Fernando Haddad, justamente quando externam a sua permanente preocupação com o povo, os pés descalços, favelados, desempregados, os esquecidos e desamparados pela sorte, eles que já somam mais de 36 milhões, de acordo com levantamento de pesquisadores.

 

Se, antes, entre 2004 e 2014, mais de 30 milhões de brasileiros deixaram a linha de pobreza (Fonte: IBGE), e, hoje, mais de 36 vivem abaixo da linha de pobreza, é porque algo de muito errado e de muito sério ocorreu nestes últimos anos como notável política de ignorância perante o grave cenário social brasileiro.

 

Se o impostômetro arrecadou trilhões e tantos bilhões, ano passado, e a Petrobrás obteve um fantástico lucro de mais de 106 bilhões em 2021 é porque evidentemente a força da lucratividade tem sido muito forte neste país, a nossa “Pátria Mãe Gentil…”

 

Como bem pensou, disse e escreveu Eça de Queiroz, advogado, jornalista, poeta e grande escritor do realismo português:

 

“Há no mundo uma raça de homens com instintos sagrados e luminosos, com divinas bondades do coração, com uma inteligência serena e lúcida, com dedicações profundas, cheias de amor pelo trabalho e de adoração pelo bem, que sofrem, e se lamentam em vão.

 

Estes homens são o Povo, e são os que nos servem.

 

E o mundo oficial, opulento, soberano, o que faz a estes homens que o vestem, que o alimentam, que o enriquecem, que o defendem, que o servem?

 

Primeiro, despreza-os ao não pensar neles, não vela por eles; trata-os como se tratam os bois; deixa-lhes apenas uma pequena porção dos seus trabalhos dolorosos; não lhes melhora a sorte, cerca-os de obstáculos e de dificuldades; forma em redor uma servidão que os prende e uma miséria que os esmaga; não lhes dá proteção; e, terrível coisa, não os instrui: deixa-lhes morrer a alma”.

 

Eça de Queiroz e o povo

 

“Há no mundo uma raça de homens com instintos sagrados e luminosos, com divinas bondades do coração, com uma inteligência serena e lúcida, com dedicações profundas, cheias de amor pelo trabalho e de adoração pelo bem, que sofrem, e se lamentam em vão.

Estes homens são o Povo.

Estes homens, sob o peso do calor e do sol, transidos pelas chuvas, e pelo frio, descalços, mal nutridos, lavram a terra, revolvem-na, gastam a sua vida, a sua força, para criar o pão, o alimento de todos.

Estes homens são o Povo, e são os que nos alimentam.

Estes homens vivem nas fábricas, pálidos, doentes, sem família, sem doces noites, sem um olhar amigo que os console, sem ter o repouso do corpo e a expansão da alma, e fabricam o linho, o pano, a seda, os estofos.

Estes homens são o Povo, e são os que nos vestem.

Estes homens vivem debaixo das minas, sem o sol e as doçuras consoladoras da Natureza, respirando mal, comendo pouco, sempre na véspera da morte, rotos, sujos, curvados, e extraem o metal, o minério, o cobre, o ferro, e toda a matéria das indústrias.

Estes homens são o Povo, e são os que nos enriquecem.

Estes homens, nos tempos de lutas e de crises, tomam as velhas armas da Pátria e vão, dormindo mal, com marchas terríveis, à neve, à chuva, ao frio, nos calores pesados, combater e morrer longe dos filhos e das mães, sem ventura, esquecidos, para que nós conservemos o nosso descanso opulento.

Estes homens são o Povo, e são os que nos defendem.

Estes homens formam as equipagens dos navios, são lenhadores, guardadores de gado, servos mal retribuídos e desprezados.

Estes homens são o Povo, e são os que nos servem.

E o mundo oficial, opulento, soberano, o que faz a estes homens que o vestem, que o alimentam, que o enriquecem, que o defendem, que o servem?

Primeiro, despreza-os ao não pensar neles, não vela por eles; trata-os como se tratam os bois; deixa-lhes apenas uma pequena porção dos seus trabalhos dolorosos; não lhes melhora a sorte, cerca-os de obstáculos e de dificuldades; forma em redor uma servidão que os prende e uma miséria que os esmaga; não lhes dá proteção; e, terrível coisa, não os instrui: deixa-lhes morrer a alma.

É por isso que os que tem coração e alma, e amam a Justiça, devem lutar e combater pelo Povo.

E ainda que não sejam escutados, tem na amizade dele uma consolação suprema”.

Eça de Queirós, escritor, jornalista, advogado, foi um dos mais importantes escritores do realismo português. É considerado o maior representante da prosa realista da língua portuguesa. Nasceu no dia 25 de novembro de 1845 em Póvoa do Varzim, cidade localizada no norte de Portugal. Foi filho do brasileiro José Maria Teixeira de Queiroz e da portuguesa Carolina Augusta Pereira de Eça. Passou grande parte da infância na cidade de Aveiro, sob os cuidados de sua avó. Depois, foi morar na cidade do Porto, a fim de estudar no Colégio Interno da Lapa, no qual se formou, em 1861. Seguindo os passos de seu pai, foi estudar Direito na Universidade de Coimbra, graduando-se em 1866. Chegou a exercer a profissão de advogado e, mais tarde, de jornalista, na cidade de Lisboa. Tempos depois entra para a carreira política sendo nomeado Administrador do Concelho de Leiria, em 1870); Cônsul de Portugal em Havana (1872); Cônsul de Newcastle e Bristol na Inglaterra (1874); e Cônsul de Portugal em Paris (1888). Em Paris, em 1886, casa-se com Emília de Castro Pamplona Resende, com quem teve quatro filhos: Alberto, Antônio, Maria e José Maria. Faleceu no dia 16 de agosto de 1.900, em Paris, aos 59 anos de idade.